23/04 - O
nome do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) está na lista de opções do PSDB ao
Palácio do Planalto, diante da crise enfrentada pela pre-candidatura do
ex-governador Geraldo Alckmin.
As
recentes denúncias, sobre possíveis irregularidades em suas administrações em
São Paulo, expõem um Alckmin com imagem desgastada e que, na avaliação de
tucanos, pode excluir o PSDB do segundo turno da eleição presidencial.
Uma
das vozes em defesa da substituição de Alckmin é o prefeito de Manaus, Arthur
Virgílio. Arthur defende o nome do senador Tasso Jereissati, como revela, neste
domingo o jornalista Josias de Sousa, do Jornal Folha de São Paulo, para
substituir Alckmin na corrida pelo Palácio do Planalto. “Tasso talvez não ganhe
a eleição. Mas conduzirá a refundação do partido”, disse
Virgílio
na noite do último sábado, 21. “E não está descartada a hipótese de o Tasso
surpreender aos que esperam do PSDB um Alckmin comportadinho e derrotadinho”.
Em
novembro do ano passado, quando ocupava a presidência do PSDB interinamente,
Tasso falava em “refundar” o ninho. Foi destituído por Aécio Neves, então
presidente licenciado do partido. Na sequência, Alckmin foi entronizado no comando
partidário. Na última terça-feira, depois que Aécio virou réu no Supremo,
Alckmin dedicou-se a chutar cachorro morto.
Declarou
que ficou “evidente” que Aécio perdeu as condições de pedir votos em 2018, seja
para que cargo for.
Para
Virgílio, o eleitor já não distingue o PSDB do MDB, o que é muito ruim. Mas ele
acha que há males que vêm para pior: “Se distinguisse seria muito pior para
nós, por que o MDB nunca despertou a esperança que o PSDB inspirou um dia.”
Nesse cenário, declarou o prefeito, o tucanato precisa admitir que o risco de
derrota é real. De resto, defende a adoção de providências imediatas para
reduzir os danos.
“Se
a possibilidade de derrota existe, precisamos considerar a alternativa de
perder com dignidade máxima. Por isso defendo que coloquemos o Tasso como
candidato. Ele entraria na disputa sem nenhum contendioso judicial, com plenas
condições de atacar duramente esse quadro de desmoralização que se instalou na
política brasileira. Seria um candidato propositivo, com uma visão de Nordeste
e de Norte. Como empresário, é respeitado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste”,
disse Vírgilio.
Com
Alckmin, acrescenta Virgílio, “a derrota transformará o PSDB em linha auxiliar
do próximo presidente, um partido que trocará a adesão por ministérios e
diretorias financeiras”. Algo que “não dignifica um partido que nasceu de uma
dissidência do MDB com o compromisso de ser uma opção capaz de catalisar o
pensamento mais progressista do país, com uma alta taxa de dignidade”.
Na
visão do prefeito, o discurso de Alckmin é aguado e evasivo. “O Geraldo
revelou-se incapaz de dizer o que precisa ser dito. Está cuidadoso, medindo as
palavras, usando luvas de pelica.
Preocupa-se
com um eleitorado que não tem. Deveria falar francamente sobre a inevitável
reforma da Previdência, sobre as necessárias privatizações.” No Datafolha mais
recente, divulgado há uma semana, Alckmin amealhou 7% das intenções de voto no
cenário mais provável, sem Lula.
“Perde
votos em São Paulo e está atrás do Álvaro Dias na região Sul”, contabiliza
Virgílio. “Ele não entra aqui no Norte, o que é grave. Não entra no Nordeste, o
que é gravíssimo. Joaquim Barbosa (9% no Datafolha) já está na frente do
Geraldo, mesmo sem ter assumido a candidatura”, lembra o atual prefeito de
Manaus.
Após
desistir de disputar com Alckmin uma prévia para a escolha do candidato do PSDB
ao Planalto, Virgílio havia imposto a si mesmo o que chamou de “quarentena”.
Não queria parecer “implicante”, ele afirma. “Mas não acho correto estender
isso pela eternidade”, justifica-se, antes de esclarecer o que gostaria que
Alckmin fizesse: “O certo memo seria o Geraldo fechar esse episódio com
dignidade. Ele diria: ‘Não sou candidato à Presidência da República. Percebo
que não é a minha vez. Vou marchar com o meu partido, apoiando o Tasso’”.
Uol Notícias
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