Na
Escola Wilebaldo Aguiar, cerca de duas mil pessoas acompanharam mais um
depoimento do ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Walter Casagrande,
que contou aos estudantes e moradores da cidade presentes um pouco da sua
experiência como usuário de drogas.
O
presidente da AL, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), idealizador do projeto,
disse da satisfação de levar a iniciativa ao município onde nasceu. O
parlamentar lamentou o fato de Massapê estar entre as 32 cidades cearenses que
se encontram em situação grave em relação ao consumo de crack, de acordo com
dados recentes da plataforma digital Observatório do Crack, da Confederação
Nacional dos Municípios. “Nós andamos pelo Ceará todo para conversar com
vocês, para que possamos alertar a juventude e mostrar que a dependência
química é como outra doença qualquer, e precisamos de prevenção”, afirmou o
presidente da AL.
Numa
espécie de bate-papo com o jornalista Fábio Pizzato, Casagrande relatou que
começou a fumar maconha aos 15 anos. E tudo pela necessidade de se sentir
inserido socialmente entre os amigos, situação que foi se agravando ao longo do
tempo. “Aparentemente, eu tinha o controle, mas chega um determinado ponto em
que você troca tudo na sua vida por droga. A partir daí é que você deixa de ser
usuário para ser dependente químico”, falou o ex-atacante da Seleção
Brasileira, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Porto (Portugal) e Torino
(Itália).
Casão,
como carinhosamente é chamado, ressaltou que um problema que afeta ainda mais o
tratamento dos drogaditos é a marginalização dos usuários, algo que acontece
até dentro das próprias famílias. “Felizmente, quando minha família soube (do
vício), ficou do meu lado. Eu também tive segurança da TV Globo (onde até hoje
trabalha). Então, só tinha que fazer o tratamento. Mas nem sempre é isso que
acontece”, opinou. Ele disse não acreditar que amigos usuários, as chamadas
“más influências”, sejam os principais responsáveis pelo ingresso dos jovens no
mundo das drogas. “O único responsável é você mesmo”, acrescentou.
Os
alunos de judô do Instituto Ação e Reação, sob o comando do professor e sensei
Cássio Januário, fizeram breve apresentação de técnicas da arte marcial antes
do evento principal.
“No
instituto, nós ensinamos valores, como obedecer aos pais, priorizar a escola,
respeitar os professores, e eles, inseridos neste evento (Ceará sem Drogas),
sentem-se parte de algo muito maior, que é a construção da própria sociedade
civil”, comentou Cássio Januário, que também é coordenador técnico da Federação
Cearense de Judô (Fecju).
Estavam
presentes ainda o deputado Ferreira Aragão (PDT); o presidente da OAB-secção
Sobral, Rafael Pontes; o ex-deputado Rogério Aguiar, os
prefeitos professor Ademar (Barroquinha); Fonteles (Meruoca); Alex
(Pacujá) Marcelo Arcanjo (Santana do Acaraú); os ex-prefeitos Jurandir
Fontenele (Moraújo), James Bel (Martinópole); o secretário de Políticas Sobre
Drogas do Ceará, Will Almeida; o ex-deputado e presidente do Instituto de
Estudos e Pesquisa para o Desenvolvimento do Ceará (Inesp), Thiago Campelo; o
coordenador do Crede 6 de Sobral, Daniel Carlos da Costa, e o filho de Walter
Casagrande, Ugo Casagrande, além de vereadores do município que sediou o
evento.
Com
quatro anos de atividades, o projeto já passou pelos municípios de Aracati,
Acaraú, Aquiraz, Boa Viagem, Brejo Santo, Campos Sales, Cruz, Crateús, Crato,
Fortaleza, Horizonte, Itatira, Itapajé, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Nova
Russas, Ocara, Russas, Sobral e Várzea Alegre.
AL/CE
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