03/02 - Desde
cedo, a humanidade aprendeu a enterrar os mortos e poupar-se da visão da
putrefação do corpo morto.
Na política, porém, parece haver mais dificuldade na aceitação da morte e menos piedade com o de cujus.
Mal saiu da telinha com o filme de sua associação ao Cro-Magnon, Cristiane Brasil, a insepulta, é apresentada pelo Estadão como investigada por “associação ao tráfico” de drogas.
No inquérito, diz o jornal, ” um dos denunciantes afirmou que os traficantes chegaram “ao absurdo de levarem as presidentes das associações do bairro para conversar com o chefão do morro porque elas não queriam trabalhar para a vereadora (Cristiane)”. “A intenção dele (assessor) era que o chefão fosse mandar dar uma surra nelas e obrigá-las a trabalhar para a vereadora ou, em caso de recusa, até mesmo matá-las”.
Uau! Quer dizer, nem tanto: afinal, de viva voz, Aécio Neves sugeriu os mesmos métodos para seu próprio primo, no caso de ser pego com a mala de dinheiro.
E desta vez não dá para o primitivo Roberto Jefferson dizer, como vive dizendo da Folha, nos seus delírios furiosos, que o jornal está a serviço de Lula.
O caso chegou a um ponto em que manter a nomeação de Cristiane Brasil equivale quase à profanação de cadáver.
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