14/01 - Não
pense que a mais importante autocrítica – mas nem tanto – do dia é de William
Waack, na Folha, por sua “tirada” racista que veio a público (e que, com
outra pessoa, não tão arrogante e “superior” como ele sempre quis se
apresentar, poderia ter terminado com um pedido de desculpas e um “eu não
poderia ter feito isso, nem achando que era piada”).
Não,
é a da manchete de O Globo, invocando o seu próprio bordão jornalístico,
o “Imoral, e
daí“.
No
Brasil de Sérgio Moro, falar em “juiz sem isenção” só pode ser um “mea culpa”.
Claro,
o juiz da reportagem é outro, “proprietário de terras, que forçou sua
participação na análise de uma disputa que envolvia seu próprio terreno”.
Poderia ser, também, a Ministra Laurita Vaz, do STF, que
julgou favoravelmente ação na qual está envolvida como beneficiária da
não-incidência de UR sobre o abono-permanência que recebe.
Porém,
é possível dizer que existe no Brasil um juiz mais parcial que Sérgio Moro em
relação a Lula? Alguém que atingiu notoriedade e se erigiu em herói da direita
brasileira porque está se desincumbindo, a ferro, fogo e mídia da missão de
“matar” Lula, politicamente?
Ser
julgado por um juiz que, mesmo antes de iniciado qualquer processo, tem a
convicção de que o acusado é culpado e que ele próprio será “absolvido” por
seus pares togados e por toda a mídia mesmo que dê saltos mortais para “provar”
sua culpa, como um verdadeiro juiz-militante, o qual nem mesmo os
seus admiradores podem dizer, senão da boca para fora, que é imparcial?
Sim,
sim, é imoral. E daí?
Por Fernando Brito- 14/01/2018
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