28/01 - 1. Há uma luta ideológica,
política e econômica entre dois projetos para o Brasil, como Nação, como
Sociedade, como Estado.
2. Estes
dois projetos decorrem de visões distintas da sociedade brasileira, de suas
características, de seu potencial, de seu lugar no mundo.
3. O primeiro projeto para o Brasil encontra-se articulado, e em acelerada execução, no programa econômico e político de Michel Temer e Henrique Meirelles, o qual decorre de uma visão do Brasil que pode ser assim resumida:
3. O primeiro projeto para o Brasil encontra-se articulado, e em acelerada execução, no programa econômico e político de Michel Temer e Henrique Meirelles, o qual decorre de uma visão do Brasil que pode ser assim resumida:
— o
principal desafio da economia e da sociedade brasileira seria a inflação;
— a economia brasileira não poderia crescer a taxas superiores a 3 % ao ano, sob risco de gerar inflação, a qual poderia se tornar incontrolável;
— a principal causa da inflação seria o desequilíbrio fiscal, o desequilíbrio entre receitas e despesas do Estado;
— somente a iniciativa privada, brasileira, mas em especial a estrangeira, seria capaz de enfrentar e resolver todos os desafios da economia, e como consequência, da sociedade e do sistema político brasileiro;
—o Estado constituiria o maior obstáculo ao funcionamento de uma economia capitalista eficiente;
— a intervenção do Estado como empresário e regulamentador da atividade econômica afastaria e inibiria os investidores privados nacionais e estrangeiros;
— a redução da dimensão e da competência do Estado, assim como de sua capacidade de intervir na economia como regulamentador e empresário, seriam objetivos indispensáveis para liberar as energias e a vontade de investir da iniciativa privada;
— o capital estrangeiro deveria ser o motor do desenvolvimento da economia capitalista no Brasil;
— os custos do trabalho (salários, direitos etc.) seriam muito elevados no Brasil;
— os impostos no Brasil, que constituem em seu conjunto a chamada carga tributária, seriam elevados e complexos;
— o Brasil, pelas suas características e recursos, deveria ser um país produtor/exportador de matérias primas agrícolas e minerais e importador de produtos industrializados;
— a atividade industrial no Brasil deveria estar limitada ao processamento de matérias primas e à produção de bens industriais de tecnologia simples;
— a economia brasileira seria “fechada”, o que prejudicaria a inserção do Brasil na economia internacional globalizada;
— o Brasil, devido a sua história, a seus valores e a seus interesses econômicos, deveria ter como aliados naturais, na política e na economia mundial, os Estados Unidos e os países europeus — o chamado Ocidente;
— os países latino americanos, africanos e asiáticos não teriam maior contribuição a dar ao Brasil;
— a política exterior brasileira deveria ser discreta, aceitar nossa pequena importância e Poder, e se ater a sua região, em aliança (informal) com os objetivos dos Estados Unidos.
— a economia brasileira não poderia crescer a taxas superiores a 3 % ao ano, sob risco de gerar inflação, a qual poderia se tornar incontrolável;
— a principal causa da inflação seria o desequilíbrio fiscal, o desequilíbrio entre receitas e despesas do Estado;
— somente a iniciativa privada, brasileira, mas em especial a estrangeira, seria capaz de enfrentar e resolver todos os desafios da economia, e como consequência, da sociedade e do sistema político brasileiro;
—o Estado constituiria o maior obstáculo ao funcionamento de uma economia capitalista eficiente;
— a intervenção do Estado como empresário e regulamentador da atividade econômica afastaria e inibiria os investidores privados nacionais e estrangeiros;
— a redução da dimensão e da competência do Estado, assim como de sua capacidade de intervir na economia como regulamentador e empresário, seriam objetivos indispensáveis para liberar as energias e a vontade de investir da iniciativa privada;
— o capital estrangeiro deveria ser o motor do desenvolvimento da economia capitalista no Brasil;
— os custos do trabalho (salários, direitos etc.) seriam muito elevados no Brasil;
— os impostos no Brasil, que constituem em seu conjunto a chamada carga tributária, seriam elevados e complexos;
— o Brasil, pelas suas características e recursos, deveria ser um país produtor/exportador de matérias primas agrícolas e minerais e importador de produtos industrializados;
— a atividade industrial no Brasil deveria estar limitada ao processamento de matérias primas e à produção de bens industriais de tecnologia simples;
— a economia brasileira seria “fechada”, o que prejudicaria a inserção do Brasil na economia internacional globalizada;
— o Brasil, devido a sua história, a seus valores e a seus interesses econômicos, deveria ter como aliados naturais, na política e na economia mundial, os Estados Unidos e os países europeus — o chamado Ocidente;
— os países latino americanos, africanos e asiáticos não teriam maior contribuição a dar ao Brasil;
— a política exterior brasileira deveria ser discreta, aceitar nossa pequena importância e Poder, e se ater a sua região, em aliança (informal) com os objetivos dos Estados Unidos.
1. Esta
visão do Brasil, que é compartilhada, com entusiasmo, pelo chamado “mercado” —
na realidade, constituído por uma ínfima minoria de proprietários e executivos
de grandes empresas, basicamente multinacionais, e de megabancos e de
acadêmicos de escola neoliberal — tem amplo apoio dos proprietários da grande
mídia ortodoxa, que procuram apresentar esta visão como a única correta e as
políticas dela decorrentes como a única solução para o Brasil evitar a
catástrofe final.
2. Seria
possível afirmar que o “Mercado” é integrado pelos 71 mil brasileiros que
declararam à Receita Federal terem rendimentos superiores a 160 salários
mínimos, cerca de 160 mil reais por mês, e que são os indivíduos que determinam
de fato os movimentos das Bolsas, as grandes operações com divisas e as
decisões de realizar ou não investimentos especulativos ou produtivos.
3. A
síntese das politicas adotadas pelos formuladores e executores deste projeto para
o Brasil, que é impulsionado por Michel Temer e Henrique Meirelles, é a
seguinte:
(a)
congelamento dos gastos e investimentos públicos, em nível constitucional,
durante vinte anos
(b)
nenhum controle sobre as despesas do Estado com os juros da dívida pública que
correspondem a um valor entre 40 e 50% do orçamento federal;
(c)
desregulamentação, privatização e desnacionalização dos sistemas públicos:
— de educação;
— de saúde ;
— de previdência e assistência social.
— de educação;
— de saúde ;
— de previdência e assistência social.
(d)
desregulamentação total do mercado de trabalho:
— prevalência do negociado sobre o legislado;
— terceirização em todos os setores de atividade das empresas;
— trabalho temporário;
— fim do imposto sindical;
— fragilização dos sindicatos;
— revisão da fórmula de atualização do salário mínimo;
— enfraquecimento da Justiça do Trabalho e sua eventual desaparição.
— prevalência do negociado sobre o legislado;
— terceirização em todos os setores de atividade das empresas;
— trabalho temporário;
— fim do imposto sindical;
— fragilização dos sindicatos;
— revisão da fórmula de atualização do salário mínimo;
— enfraquecimento da Justiça do Trabalho e sua eventual desaparição.
(e)
abertura total de todos os setores da economia para facilitar a aquisição de
empresas brasileiras e a realização de investimentos pelas megaempresas de
capital estrangeiro;
(f)
desregulamentação de todos os setores da economia e redução da fiscalização do
Estado sobre as atividades das empresas;
(g) privatização (desnacionalização) de
todas as empresas do Estado, em especial da:
— Petrobras
— Eletrobras
— BNDES
— Caixa Econômica
— Banco do Brasil
— Casa da Moeda
— Eletronuclear
— Petrobras
— Eletrobras
— BNDES
— Caixa Econômica
— Banco do Brasil
— Casa da Moeda
— Eletronuclear
(h)
entrega, em condições excepcionais, a megaempresas multinacionais petrolíferas
das enormes reservas do pré-sal.
1. Essas
políticas reduziriam ao mínimo as dimensões e a competência do Estado como
investidor; como promotor do desenvolvimento; como regulador e fiscalizador da
atividade econômica.
2. Essas
políticas, de uma forma ou de outra, implementam o que os Estados Unidos e as
potências capitalistas e industriais ocidentais vêm demandando do Brasil há varias
décadas. De certa forma, estão todas previstas no Consenso de Washington,
documento redigido por representantes do FMI, do Banco Mundial, do Departamento
do Tesouro americano e acadêmicos, em 1989.
3. Essas
políticas vêm sendo executadas por um governo com escassíssima popularidade e
elevadíssima rejeição, com o auxílio de um Congresso que se caracteriza por ter
grande número de seus membros comprometidos por denúncias de corrupção e por
ter uma larga maioria de representantes de setores empresariais, eleitos por
contribuições financeiras de grandes empresas. A legislação, caracterizada por
ser um retrocesso histórico, é aprovada de forma apressada e com pequeno debate
público, apesar de sua enorme importância.
4. A
determinação em fazer aprovar essas políticas pelo Congresso e a necessidade de
rejeitar as denúncias de corrupção apresentadas pela Procuradoria Geral da
República fizeram com que o governo de Michel Temer “adquirisse” os votos das
bancadas de parlamentares que representam os interesses mais conservadores,
tais como a bancada da bala, as bancadas religiosas, a bancada ruralista etc.
5. Os
compromissos do governo com essas bancadas conservadoras levaram à adoção de
leis, decretos e medidas administrativas que representam grave retrocesso nas
áreas de direitos humanos tanto políticos, como econômicos e sociais, que se
encontram protegidos pela Constituição em seus artigos 5º e 6º e por tratados
internacionais subscritos pelo Brasil.
6. Paralelamente,
verifica-se uma politização do Poder Judiciário, da Polícia, do Ministério
Público e do Tribunal de Contas da União, que se comprova pelo seu afã
persecutório contra o PT, contra seu líder o Presidente Lula e contra os
direitos dos trabalhadores, e por sua leniência e “ignorância” em relação a
delitos cometidos por partidos e políticos conservadores.
7. Essa
politização do Judiciário em todos os seus níveis, desde as Varas de Primeira
Instância ao Supremo Tribunal Federal (STF), dos procuradores individuais até a
Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal leva a práticas e
decisões que agridem os princípios fundamentais do Direito e violam os direitos
dos cidadãos:
— a tortura física ou psicológica (longas prisões, sem culpa formada) para extrair confissões e delações;
— a desmoralização pública de acusados pela Polícia (condução coercitiva, uso de algemas, ostentação de força);
— a intimidação, através da imposição de penas absurdas, àqueles que são acusados por delatores;
— o vazamento seletivo de trechos de delações;
— a “convicção de culpa” dos juízes como único fundamento para condenar acusados;
— a não observância do princípio de presunção de inocência do início das investigações até o trâmite da sentença final em julgado;
— a transferência para o acusado do ônus da prova;
não obediência ao principio de não retroatividade da Lei;
— a aplicação incorreta da teoria do “domínio do fato”;
— a criação de tribunais e juízes de exceção;
— a violação da privacidade da família dos acusados;
— a extensão da pena, na prática, à família do acusado;
— a excitação da opinião pública contra indivíduos denunciados.
— a tortura física ou psicológica (longas prisões, sem culpa formada) para extrair confissões e delações;
— a desmoralização pública de acusados pela Polícia (condução coercitiva, uso de algemas, ostentação de força);
— a intimidação, através da imposição de penas absurdas, àqueles que são acusados por delatores;
— o vazamento seletivo de trechos de delações;
— a “convicção de culpa” dos juízes como único fundamento para condenar acusados;
— a não observância do princípio de presunção de inocência do início das investigações até o trâmite da sentença final em julgado;
— a transferência para o acusado do ônus da prova;
não obediência ao principio de não retroatividade da Lei;
— a aplicação incorreta da teoria do “domínio do fato”;
— a criação de tribunais e juízes de exceção;
— a violação da privacidade da família dos acusados;
— a extensão da pena, na prática, à família do acusado;
— a excitação da opinião pública contra indivíduos denunciados.
1. O
governo Temer, com o auxílio, “remunerado”, de sua maioria no Congresso, e de
integrantes do Poder Judiciário, desde a primeira instância até o Supremo
Tribunal Federal, vem procurando tornar permanentes as políticas econômicas que
implementa através de reformas que consolidem, no sistema político/judiciário,
o poder das classes hegemônicas tradicionais, tais como:
— a adoção do parlamentarismo (semi-presidencialismo etc.);
— o financiamento privado, em especial empresarial, de campanhas;
— o voto distrital, em suas diversas formas;
— a adoção do voto voluntário;
— a redução do tempo de campanha política;
— o fim da reeleição.
— a adoção do parlamentarismo (semi-presidencialismo etc.);
— o financiamento privado, em especial empresarial, de campanhas;
— o voto distrital, em suas diversas formas;
— a adoção do voto voluntário;
— a redução do tempo de campanha política;
— o fim da reeleição.
A
atitude, leniente e conivente, do governo Temer diante das violações de
direitos humanos no campo e nas cidades contra os indivíduos mais pobres e
vulneráveis, o silêncio diante das manifestações de racismo e das ações
violentas de grupos de direita, em público e na Internet, leva a uma divisão
ainda mais profunda da sociedade, com o aguçamento dos preconceitos raciais, de
gênero, de orientação sexual, e ao antagonismo em relação à política e às
instituições, criando uma situação propícia ao desenvolvimento de movimentos
fascistas e conducente a regimes autoritários e à ditadura.
O
segundo projeto para o Brasil parte da seguinte visão da realidade
— a
primeira e principal característica do Brasil é seu extraordinário potencial
que é definido por ter o país o quinto mais extenso território do mundo e,
portanto, ampla gama de recursos minerais; por ter a quinta maior população do
mundo, 207 milhões de habitantes e, portanto, amplo mercado interno potencial;
e por ter um dos maiores parques industriais do mundo;
— a segunda característica do Brasil é o subdesenvolvimento de sua força de trabalho, de seu capital e de seus recursos naturais;
— a terceira característica do Brasil são as extraordinárias disparidades de riqueza; de renda; regionais; de gênero; de origem étnica; culturais; e políticas;
— a quarta característica é a sua extrema vulnerabilidade externa, de natureza econômica, tecnológica, ideológica, militar e política;
— a quinta característica é a fragilidade do Estado.
— a segunda característica do Brasil é o subdesenvolvimento de sua força de trabalho, de seu capital e de seus recursos naturais;
— a terceira característica do Brasil são as extraordinárias disparidades de riqueza; de renda; regionais; de gênero; de origem étnica; culturais; e políticas;
— a quarta característica é a sua extrema vulnerabilidade externa, de natureza econômica, tecnológica, ideológica, militar e política;
— a quinta característica é a fragilidade do Estado.
1. Para
enfrentar os múltiplos desafios que aquelas cinco características colocam é
necessária uma estratégia de desenvolvimento que conjugue a ação da iniciativa
privada nacional, do capital estrangeiro e do Estado.
2. Os
investidores privados e as empresas tendem a se concentrar, por definição, nas
atividades em que há maior perspectiva de lucro, menor risco e menor
concorrência interna e externa e, portanto, não são capazes, sozinhos, de
enfrentar com êxito os desafios que as características da sociedade brasileira
colocam.
3. Os
investimentos de longo prazo, em especial em infraestrutura e de menor
rendimento são inibidos, pois o Estado, que tem competência constitucional por
sua prestação, não tem capacidade para realizá-los, delegando-os à iniciativa
privada que só os assume quando consegue obter, em contrato, condições
excepcionais de remuneração, enquanto que as empresas muitas vezes descumprem,
mais tarde, os compromissos que tinham assumidos.
4. Para
tais investimentos não há financiamento suficiente do sistema bancário privado,
a juros e prazos adequados, o que cria uma dependência do BNDES, da CEF e do
Banco do Brasil e a necessidade de sua existência.
5. O
Estado, sozinho, igualmente não é capaz de enfrentar de forma eficiente esses
desafios e tem de se fortalecer financeira e tecnicamente para enfrentar a
parte que lhe cabe desses desafios.
6. O
capital estrangeiro, também sozinho, não seria capaz de enfrentar esses
desafios, múltiplos, complexos e inter-relacionados, até por não ter uma visão
global e nacional do Brasil e nem competência legal para tal tarefa.
7. A
segunda característica do Brasil é o subdesenvolvimento, que pode ser definido
como a utilização, com menor eficiência e plenitude, de seus fatores de
produção, isto é, de sua força de trabalho, de seu capital e de seus recursos
naturais.
8. A
população brasileira é de 207 milhões de indivíduos e a população adulta
corresponde ao número de eleitores, que é de cerca de 140 milhões.
9. Os
brasileiros adultos que declararam rendimentos à Receita Federal em 2015 foram
27 milhões, que são aqueles que percebiam rendimentos mensais superiores a
2.200 reais por mês ou tinham algum imóvel.
10. Assim,
cerca de 110 milhões de brasileiros estariam fora do mercado devido a seu nível
salarial mensal insuficiente (inferior a 2.200 reais mensais) para adquirir
muitos dos bens que seriam produzidos pela iniciativa privada, tais como saúde
(remédios, cirurgias, internações, etc.) educação de qualidade adequada em
todos os níveis, transporte privado, moradia a preço de mercado, seguro de
previdência privada etc.
11. A
organização e desenvolvimento da força de trabalho, essencial para que a
maioria dos brasileiros possam se tornar mais produtivos e melhores cidadãos do
ponto de vista cultural e político e, portanto, para ampliar o mercado para a
iniciativa privada, exigem políticas no campo da educação, da saúde, da
segurança pública, do saneamento, do transporte e políticas públicas de
salários, previdência pública e assistência. Essas políticas são numerosas e
complexas e serão mencionadas em princípio aquelas que poderiam ser
consideradas essenciais e prioritárias em cada área.
Na
Educação:
— ensino público, laico e gratuito para todos que assim desejarem;
— implantação de horário integral em todas as escolas, do ensino fundamental e médio, públicas e privadas;
— a organização da carreira de professor com salários dignos e atraentes.
— ensino público, laico e gratuito para todos que assim desejarem;
— implantação de horário integral em todas as escolas, do ensino fundamental e médio, públicas e privadas;
— a organização da carreira de professor com salários dignos e atraentes.
Na
Saúde:
— uma política de prioridade à saúde preventiva e não à curativa;
— a coleta regular de lixo, o abastecimento de água tratada e a coleta de esgoto em todas as comunidades;
— o acesso gratuito de toda a população à assistência médica.
— uma política de prioridade à saúde preventiva e não à curativa;
— a coleta regular de lixo, o abastecimento de água tratada e a coleta de esgoto em todas as comunidades;
— o acesso gratuito de toda a população à assistência médica.
No
Transporte:
—gratuidade do transporte público de massa.
—gratuidade do transporte público de massa.
Na
Moradia:
— crédito público acessível para a aquisição de casa própria, digna e saudável.
— crédito público acessível para a aquisição de casa própria, digna e saudável.
Na
organização pelo poder público do mercado de trabalho:
— a formalização da situação dos trabalhadores, com fiscalização rigorosa da obrigação de carteira de trabalho;
— política de valorização do salário mínimo;
— aperfeiçoamento da Previdência Pública.
— a formalização da situação dos trabalhadores, com fiscalização rigorosa da obrigação de carteira de trabalho;
— política de valorização do salário mínimo;
— aperfeiçoamento da Previdência Pública.
A
organização e o desenvolvimento do capital em suas três naturezas, financeira,
física e empresarial, é indispensável para o desenvolvimento e a geração de
empregos capaz de absorver a força de trabalho que chega todo ano ao mercado e
os estoques de mão de obra subempregada e de baixa capacitação.
Quanto
ao capital financeiro:
—
manutenção de baixas taxas de juros e redução do spread bancário;
— desprivatização do Banco Central;
— desprivatização das agencias reguladoras;
— controle rigoroso de evasão de impostos;
— controle da evasão de divisas para o exterior;
— fortalecimento das instituições financeiras públicas.
— desprivatização do Banco Central;
— desprivatização das agencias reguladoras;
— controle rigoroso de evasão de impostos;
— controle da evasão de divisas para o exterior;
— fortalecimento das instituições financeiras públicas.
Quanto
ao capital em sua natureza física:
—
estimular a indústria de bens de capital instalada no país;
— organizar programas de compras governamentais da produção brasileira;
— estimular a nacionalização da indústria instalada no Brasil por políticas de conteúdo nacional, conjugadas a compras governamentais.
— organizar programas de compras governamentais da produção brasileira;
— estimular a nacionalização da indústria instalada no Brasil por políticas de conteúdo nacional, conjugadas a compras governamentais.
Quanto
ao capital em sua natureza empresarial:
—
financiamento preferencial às empresas de capital nacional;
— participação dos empresários produtivos, industriais, agrícolas e de serviços, nos conselhos de administração das instituições financeiras públicas.
— participação dos empresários produtivos, industriais, agrícolas e de serviços, nos conselhos de administração das instituições financeiras públicas.
A
organização e o desenvolvimento da exploração dos recursos naturais do
território brasileiro é o terceiro desafio do subdesenvolvimento. As medidas
prioritárias seriam:
No
caso do solo:
— a
reforma agrária, com desapropriações com base no valor do imposto territorial
declarado pelos proprietários;
— o controle severo do desmatamento, pela tributação;
— o zoneamento econômico do uso do solo;
— o controle do uso da água.
— o controle severo do desmatamento, pela tributação;
— o zoneamento econômico do uso do solo;
— o controle do uso da água.
No
caso do subsolo:
— o
estimulo à formação de geólogos;
— o mapeamento geológico de todo o território;
— a limitação da propriedade do solo por empresas e por indivíduos estrangeiros;
— controle da exploração do subsolo.
— o mapeamento geológico de todo o território;
— a limitação da propriedade do solo por empresas e por indivíduos estrangeiros;
— controle da exploração do subsolo.
A
terceira característica da sociedade e da economia brasileiras são as
disparidades de toda ordem que entravam o desenvolvimento econômico, político e
social brasileiro. As principais medidas em cada setor seriam as seguintes:
Disparidades
de riqueza e de renda:
—
implantação de um sistema tributário progressivo com o fim das isenções de que
gozam os indivíduos mais ricos e as grandes empresas;
— o combate rigoroso à evasão de impostos.
— o combate rigoroso à evasão de impostos.
Disparidades
regionais e intra-urbanas:
—
tratamento diferencial tributário para investimentos em municípios e distritos
urbanos de baixa renda.
Disparidades
de gênero:
—
controle e punição severa da violência contra as mulheres;
— salário igual para funções iguais.
— salário igual para funções iguais.
Disparidades
de origem étnica:
—
controle e punição severa das manifestações racistas e das agressões de natureza
étnica, inclusive na Internet;
— libertação dos indivíduos que se encontram presos sem terem sido condenados.
— libertação dos indivíduos que se encontram presos sem terem sido condenados.
Disparidades
culturais:
—
ingresso gratuito para os trabalhadores sindicalizados em espetáculos culturais
de excelência (concertos, exposições, etc.);
— desconto de 50% na aquisição de livros por trabalhadores sindicalizados.
— desconto de 50% na aquisição de livros por trabalhadores sindicalizados.
Disparidades
de poder político:
—
fortalecimento das conferências nacionais;
— aumento do tempo de campanha política;
— adoção do sistema de revogação de mandato eletivo;
— combate às manifestações de intolerância política e religiosa na Internet.
— aumento do tempo de campanha política;
— adoção do sistema de revogação de mandato eletivo;
— combate às manifestações de intolerância política e religiosa na Internet.
A
quarta característica da sociedade brasileira é a vulnerabilidade a pressões,
ameaças e agressões externas, nos campos econômico, tecnológico, ideológico,
político e militar.
A
redução das vulnerabilidades depende do aumento da presença nacional nos
diversos setores da sociedade em que se verifica a influência externa e na
maior capacidade da sociedade de influir sobre esses setores no sentido de
induzi-los a agir de acordo com os interesses gerais e não apenas em favor de
seus interesses individuais, ou de interesses estrangeiros.
No
campo econômico, as principais medidas e políticas que reduziriam a
vulnerabilidade seriam as seguintes:
—
controle do endividamento das empresas privadas no exterior;
— a diversificação das exportações, em especial de manufaturas;
— a exigência às empresas estrangeiras de exportar para promover a modernização do parque industrial brasileiro;
— não participação em acordos internacionais econômicos que reduzam a capacidade de realizar políticas de desenvolvimento.
— a diversificação das exportações, em especial de manufaturas;
— a exigência às empresas estrangeiras de exportar para promover a modernização do parque industrial brasileiro;
— não participação em acordos internacionais econômicos que reduzam a capacidade de realizar políticas de desenvolvimento.
No
campo tecnológico, as principais medidas que reduziriam a vulnerabilidade
seriam as seguintes:
—
organizar e reforçar centros de formação cientifica e tecnológica de
excelência;
— conceder bolsas de estudos vinculadas a resultados nas áreas de ciências exatas e aplicadas desde o ensino médio ao universitário, para estimular vocações cientificas;
— conceder prêmios de excelência e de realizações nas áreas de ciências exatas e aplicadas.
— conceder bolsas de estudos vinculadas a resultados nas áreas de ciências exatas e aplicadas desde o ensino médio ao universitário, para estimular vocações cientificas;
— conceder prêmios de excelência e de realizações nas áreas de ciências exatas e aplicadas.
No
campo ideológico, as medidas e políticas que reduziriam a vulnerabilidade
seriam:
—
impedir a formação de oligopólios de comunicação e a propriedade cruzada dos
meios;
— a democratização e desconcentração da alocação das verbas oficiais de propaganda;
— o fortalecimento da mídia comunitária de rádio e televisão;
financiamento especial a rádios, televisões e editoras de acordo com sua programação de produtos culturais brasileiros;
— financiamento de produção, da distribuição e da exibição da produção audiovisual brasileira.
— a democratização e desconcentração da alocação das verbas oficiais de propaganda;
— o fortalecimento da mídia comunitária de rádio e televisão;
financiamento especial a rádios, televisões e editoras de acordo com sua programação de produtos culturais brasileiros;
— financiamento de produção, da distribuição e da exibição da produção audiovisual brasileira.
No
campo militar, as medidas e políticas que reduzem a vulnerabilidade externa
seriam:
—
financiamento especial a empresas de defesa de capital nacional;
— fortalecimento e diversificação das instituições de formação de oficiais superiores;
— não adesão a tratados desiguais na área militar;
— fortalecimento da capacidade dissuasória do país.
— fortalecimento e diversificação das instituições de formação de oficiais superiores;
— não adesão a tratados desiguais na área militar;
— fortalecimento da capacidade dissuasória do país.
No
campo político, a vulnerabilidade externa se reduziria:
—
por uma política de não intervenção e de respeito absoluto ao direito de
autodeterminação dos países vizinhos sul-americanos;
— pela cooperação econômica e financeira com esses vizinhos;
— pelo fortalecimento de um bloco sul-americano de nações;
— pela participação ativa no bloco dos BRICS;
— pela campanha política permanente para inclusão do Brasil no Conselho de Segurança.
— pela cooperação econômica e financeira com esses vizinhos;
— pelo fortalecimento de um bloco sul-americano de nações;
— pela participação ativa no bloco dos BRICS;
— pela campanha política permanente para inclusão do Brasil no Conselho de Segurança.
A
quinta característica brasileira é a fragilidade do Estado em seus três Poderes
As
medidas prioritárias para enfrentar as fragilidades do Poder Legislativo
seriam:
— a
adoção e fiscalização de sistemas efetivos de inscrição partidária, de
contribuição partidária obrigatória e de realização de convenções periódicas
para debate político e escolha das direções partidárias;
— a proibição de troca de partido pelos representantes eleitos;
— a atualização do número de representantes por Estado de acordo com sua população e extensão territorial;
— a adoção do sistema de referendo revogatório para mandatos parlamentares;
— financiamento público de campanhas eleitorais e limitação de gastos por candidato.
— a proibição de troca de partido pelos representantes eleitos;
— a atualização do número de representantes por Estado de acordo com sua população e extensão territorial;
— a adoção do sistema de referendo revogatório para mandatos parlamentares;
— financiamento público de campanhas eleitorais e limitação de gastos por candidato.
As
medidas necessárias para reduzir as fragilidades do Poder Executivo seriam:
—
revogar a Emenda Constitucional 95 que congela as despesas primárias por 20
anos;
— substituir o tripé da política macroeconômica (câmbio flutuante, meta de inflação, meta de superávit fiscal) por metas de desenvolvimento e de emprego;
— utilizar o orçamento como instrumento para combater a recessão econômica e estimular o desenvolvimento;
— estabelecer uma política de juros que estimule o investimento privado;
— combater a sonegação e a evasão de impostos;
— combater a evasão de divisas para paraísos fiscais;
— realizar a auditoria da dívida pública;
— combater o super e o sub faturamento no comércio exterior.
— substituir o tripé da política macroeconômica (câmbio flutuante, meta de inflação, meta de superávit fiscal) por metas de desenvolvimento e de emprego;
— utilizar o orçamento como instrumento para combater a recessão econômica e estimular o desenvolvimento;
— estabelecer uma política de juros que estimule o investimento privado;
— combater a sonegação e a evasão de impostos;
— combater a evasão de divisas para paraísos fiscais;
— realizar a auditoria da dívida pública;
— combater o super e o sub faturamento no comércio exterior.
No
Poder Judiciário, as medidas prioritárias seriam:
—
despolitizar o Judiciário, com a nomeação para o Supremo Tribunal Federal do
mais antigo (no cargo) Ministro do Superior Tribunal de Justiça e a nomeação
para os tribunais estaduais do mais antigo (no cargo) juiz de primeira
instância;
— garantir o cumprimento pelos juízes de primeira instância e pelos membros do Ministério Público dos direitos individuais, em especial: a presunção de inocência; o sigilo das investigações; a garantia da integridade física dos investigados; a não incitação da opinião pública contra investigados;
— combater o abuso de poder por autoridades judiciárias, policiais e do Ministério Público;
— garantir o julgamento dos processos nos Tribunais pela ordem cronológica de ingresso;
— nomear para o Conselho Nacional de Justiça apenas membros de fora do Poder Judiciário.
— garantir o cumprimento pelos juízes de primeira instância e pelos membros do Ministério Público dos direitos individuais, em especial: a presunção de inocência; o sigilo das investigações; a garantia da integridade física dos investigados; a não incitação da opinião pública contra investigados;
— combater o abuso de poder por autoridades judiciárias, policiais e do Ministério Público;
— garantir o julgamento dos processos nos Tribunais pela ordem cronológica de ingresso;
— nomear para o Conselho Nacional de Justiça apenas membros de fora do Poder Judiciário.
A
luta entre esses dois projetos para o Brasil é a luta entre - de um
lado, o projeto de Temer e Meirelles que é o projeto dos setores mais
tradicionais das classes hegemônicas e mais vinculados aos interesses das
classes hegemônicas das Grandes Potências, em especial da Potência Imperial, os
Estados Unidos da América, com o objetivo de manter o Brasil como um país
médio, apequenado, produtor e exportador de produtos primários, território de
exploração desenfreada da mão-de-obra brasileira por megaempresas
multinacionais, de pequeno mercado interno e sem capacidade política
internacional e, — de outro lado, o projeto dos setores mais avançados das
classes tradicionais, em aliança com as forças sindicais trabalhadoras, e
setores modernos da classe média que desejam construir no Brasil uma sociedade
e um Estado que, com base no desenvolvimento de seu enorme potencial humano e
de recursos, sejam mais desenvolvidos, mais prósperos, mais justos, mais
democráticos, mais includentes, mais tolerantes, mais soberanos, mais capazes
de se defender a si mesmos e de contribuir para a Paz mundial.
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