Depois de apelos do senador Paulo Paim (PT-RS), os integrantes da
Comissão de Assuntos Sociais (CAS), numa reviravolta que surpreendeu os
governistas, rejeitaram por 10 votos contrários e 9 favoráveis o relatório ao
projeto da reforma trabalhista (PLC 38/2017). O parecer aprovado pela comissão, nesta terça-feira (20), foi o voto
em separado do senador petista e que pede a rejeição integral do texto. A
matéria agora segue para Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), e
já na quarta-feira (21), deverá ser lido o relatório de Romero Jucá (PMDB-RR) e
os prováveis votos em separado da oposição.
Com
críticas ao projeto, Paulo Paim afirmou que o texto é uma “traição ao povo
brasileiro”, pois o governo tenta “vender o céu” com uma proposta que não vai
gerar emprego nem aumentar as contratações formais e só vai beneficiar o grande
empregador.
—
Essa reforma é um cavalo de troia sim, bonito por fora e por dentro tem uma
bomba que vai explodir com a vida do povo brasileiro. Faço um apelo aos
senadores e senadoras, com todo o carinho que tenho por cada um deles, vamos
rejeitar esse projeto aqui, é a única forma de conseguir um acordo. Rejeita
aqui, ele vai para a CCJ e lá poderemos construir um acordo que evite tudo que
dissemos aqui — disse.
Paim
afirmou que o Brasil inteiro está contra o projeto, que só retira direitos e
torna mais precárias as relações trabalhistas, prejudicando a parte mais fraca,
o empregado. Ele criticou a postura do relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), de
não usar a prerrogativa revisora do Senado para alterar a proposta e de votar o
texto de forma açodada.
—
Vocês sabem disso, é só olhar as redes sociais, ninguém está entendendo essa
loucura. O Senado está abrindo mão de seu direito de legislar. Não tem mais
razão de viver e existir o Senado, se isso for aprovado dessa forma. O Senado
não pode ser uma Casa que só ficar carimbando, carimbando. O Senado tem
obrigação pela seriedade e responsabilidade desse momento da história de votar
com alma, coração, fibra, lágrimas se for preciso, mas votar pelo povo
brasileiro, e não contra ele — defendeu.
Notícia via senado
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