Levantamento
feito pelo O POVO aponta que a maioria dos parlamentares cearenses na
Câmara dos Deputados é a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
227/2016 que autoriza eleição direta para presidente da República e vice em
caso de vacância dos dois postos em até três anos e meio do mandato.
Enquanto
13 deputados disseram que a eleição direta é a melhor saída para a crise
política que se instalou após escândalos de corrupção, apenas cinco
recomendaram seguir o que manda a Constituição, ou seja, realizar a escolha
indireta, caso o presidente Michel Temer (PMDB) renuncie ou seja cassado.
Um
deputado ainda avalia o texto da PEC e os outros quatro não responderam.
De
autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) e tramitando na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) desde junho do ano passado, a proposta agora
precisa entrar em votação, já que o relator, deputado Esperidião Amin (PP-SC),
deu parecer favorável, em 2016, da matéria.
Em
entrevista ao O POVO, o autor da PEC afirmou que tem conversado com a base
do governo para votar o texto, mas vem encontrando dificuldades. “A mesa da
Câmara dos Deputados está submetida aos interesses do presidente da República”,
criticou Teixeira. Mesmo cético, o deputado acredita que a votação ocorra na
próxima semana.
Base
cearense
O
principal motivo alegado pela bancada cearense para apoiar eleições diretas é
facultar ao eleitor a solução para a crise. “É preciso um nome eleito para que
tenha representatividade e credibilidade da população”, defendeu José Airton
(PT). “As ruas vão trazer mais legitimidade para quem for governar”, disse
Vaidon Oliveira (DEM).
Já o
deputado Vitor Valim (PMDB) foi além. Ele defendeu eleições gerais para
deputados, senadores e governadores com objetivo de “pacificar” o País e trazer
“estabilidade”. Para Ronaldo Martins (PRB), os parlamentares devem “entregar ao
povo o direito de decidir”.
Os
deputados contrários à proposta de diretas se baseiam na Constituição, que
prevê eleições indiretas em caso de vacância na segunda metade do mandato
presidencial.
O
deputado Paulo Henrique Lustosa (PP) afirma que a melhor saída é manter a
legislação atual. “Eu acho que, em período de crise como o que estamos
passando, é melhor se ater ao manual, que é a Constituição. A confusão está
muito grande. então segue a Constituição”, acredita.
“Eu
acho que deve, sim, fazer a eleição indireta porque não se pode estar mudando
assim. Estão querendo rasgar a Constituição”, defende Gorete Pereira
(PR).
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