23 de junho de 2014

VIA E-MAIL AO SITE: "GATO POR LEBRE"

Faltando uma semana para o início da Copa do Mundo 2014 no Brasil, fui convencido por um vendedor da Macavi (filial Massapê) que estaria adquirindo um produto de alta qualidade por um preço bem em conta. Era a promoção de uma antena parabólica da marca “LEMON” (constando na embalagem a gravura de um limão substituindo a letra “o”, o slogan “Feita Para Durar” e a foto de uma linda mulher). Comprei-a no cartão de crédito para pagar em doze suaves parcelas de R$ 29,90. No dia 10 de junho a antena foi montada e, para minha surpresa e indignação, após o técnico fazer a sintonia, canal por canal, a imagem ficava a desejar, com chuvisco e chiadeira, longe do padrão convencional das outras marcas de antenas, cujas imagens primam pela nitidez e brilho. Indaguei reiteradas vezes sobre a péssima qualidade daquelas imagens, uma vez que o aparelho recebe sinal via satélite, e o instalador de antenas disse-me que é mesmo assim. Não é não. Provei que a minha antena (rabo de peixe) velha e quebrada, transmitia imagem infinitamente superior. Imediatamente fui até a loja e relatei o estranho fato ao senhor gerente, para que solucionasse o problema. Muito receptivo ele sugeriu que eu adquirisse outro produto no lugar da antena. Ora essa! Onde já se viu isto? A minha intenção era adquirir uma antena para assistir aos jogos da seleção brasileira de futebol e não outro produto qualquer. Eu disse que iria processar a loja, no que o gerente concordou com o cancelamento da compra, que foi efetivamente feito naquele momento, com uma ressalva: na primeira fatura que vencerá dia 05 de julho, poderá vir debitado o valor da prestação, mas que eu não ficasse preocupado, pois, no mês subsequente, se converteria em crédito de igual valor. Pois bem. Na sexta-feira 13, de junho de 2014, dois funcionários da loja foram à minha residência para retirar a “geringonça”. Eu sugeri ao funcionário para que deixasse o fio que liga o receptor à antena, tendo em vista a enorme dificuldade que teve para passar por entre o telhado, no que eu compraria outro fio de igual tamanho e marca. Isto me facilitaria no momento de adquirir uma antena que atendesse aos meus anseios, ou seja, que prestasse. Agora não mais receptivo, por telefone o gerente disse que não. Que o funcionário retirasse tudo o que tem direito. No que ele, gerente, longe de ser gentil, começou a engrossar o caldo, quiçá, chateado com o cancelamento da compra; conquanto, eu, deveras, irritado por ter que assistir aos jogos da Copa fora de casa, também ajudei engrossar o seu caldo. Foi quando o rapaz retirou da mochila uma marreta para quebrar o cimento com concreto que havia dentro de uma lata daquelas de querosene, para retirar o cano de apoio da maldita antena. “Direitos iguais, eu também quero o meu cimento e a lata nova, que custaram R$ 10,00” - desabafei. O gerente, que àquela altura do campeonato (não o da Copa do Mundo), perdão pelo trocadilho, já estava em minha residência, disse-me “que não dar nada pra ninguém”. Retruquei dizendo que não estava pedindo absolutamente nada, mas o quê de direito. “Você está fazendo confusão por 10 Reais, ta aqui os 10 Reais, toma?” – revidou o agora atrevido gerente. Não sabe, o ignóbil; ou se sabe, o ator de teatro inteligentemente encena o seu papel, que, naquele momento, na qualidade de cidadão brasileiro, estava eu tão somente invocando alguns artigos que preceitua a lei número 8.078 de 11 de setembro de 1990 – o Código de Defesa do Consumidor. Resumindo: fiquei sem assistir aos jogos da Copa no conforto e comodidade da minha humilde residência, acabou a minha cordialidade com o áspero gerente, e a loja, por vender um produto de péssima qualidade (não vale o que o gato enterra), perdeu mais um cliente. Um cliente chato e encrenqueiro, na visão dele. Um cliente tão somente ciente dos seus direitos, na visão minha. Vejam só no que dá, vender ou comprar gato por lebre numa sexta-feira 13. Chanim!... Chanim!... Miaaaaau...  
Autor: Ferreirinha de Massapê.

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