06 de AGO 2020 - Com as operações
prejudicadas pela crise do novo coronavírus, a Latam vai demitir 2,7 mil
pilotos, copilotos e comandantes nos próximos dias. A covid-19 dificultou até
os processos de desligamento, que serão feitos de forma online pela aérea,
afirmou o diretor de recursos humanos da Latam Brasil, Jefferson Cestari, em
entrevista ao Estadão/Broadcast.
"Todo o processo vai ser feito remotamente por causa das limitações",
disse.
A
empresa está em uma situação fragilizada e luta para seguir em operação. No
início de julho, a Latam Brasil passou a fazer parte do processo de recuperação
judicial do Grupo Latam nos Estados Unidos.
A
empresa iniciou então a adesão a um processo de demissão voluntária, que
terminou ontem. Os desligamentos ocorrerão entre sexta-feira e o dia 14.
A
aérea foi a mais prejudicada entre as companhias no Brasil, sobretudo por causa
da maior exposição ao mercado internacional. A Latam, que chegou a ter 750 voos
por dia no Brasil, chegou a apenas 30 decolagens diárias no ápice da crise, em
abril.
A
turbulência não veio apenas para ela. Em junho, a demanda por voos no mercado
doméstico (medida em passageiros quilômetros pagos, RPK) teve queda de 85% na
comparação com junho de 2019, segundo dados da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac).
Do outro lado, a ajuda do governo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda é uma incógnita Para a Latam, a dúvida é maior ainda, uma vez que sua permanência no pacote é incerta após o braço brasileiro ter entrado na recuperação judicial.
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