22 de MAR 2020 - É correto dizer que Camilo Santana é o governador do Ceará, na fase moderna da nossa democracia, pelo menos, que mais crises de grandes proporções enfrentou a partir de sua cadeira. Apenas na segunda gestão dele, que começou em 1º de janeiro de 2019, há um ano, dois meses e 22 dias, portanto, já são três situações de alta gravidade a desafiarem sua capacidade de liderança: a guerra às facções, o motim na Polícia Militar e, agora, o drama do coronavírus.
Claro que a primeira questão a destacar é que Camilo está lá porque brigou para estar, apresentou-se voluntariamente como candidato ao cargo e, quando submeteu seu nome à população pela segunda vez, buscando reeleição, teve uma aprovação extraordinária, com vitória já em 1º turno e inquestionáveis 79,9% dos votos na chapa que comandava.
Não é o caso de manifestar piedade de sua situação ou de qualquer sentimento nesta linha, o que, por outro lado, também não pode nos omitir de reconhecer que o comportamento adotado diante das situações difíceis que tem vivenciado termina por representar um fator importante de tranquilidade para todos. O que mais caracteriza a reação dele, considerados os três episódios anteriores elencados, é o sentido da presença, fundamental a momentos dramáticos quando se busca a referência de um líder.
Uma outra atitude que o governador adota pode, e deve, ser questionada, certamente agrada a uns, desagrada a outros etc, mas o sentimento que dá ao cidadão é de que há autoridades comprometidas com a busca de uma solução. Especialmente quando é possível comparar com o comportamento adotado por alguém que está em outra linha da estrutura de Estado, o presidente da República, no caso, que se fecha ao problema e chega a dificultar medidas mais duras de enfrentamento. Afinal, insiste ele, não é isso tudo que dizem, enquanto o número de mortes cresce em ritmo geométrico, inclusive no Brasil que ele deveria comandar no rumo de uma saída a mais rápida possível. Ao lado dos governadores e não buscando brigas com eles o tempo todo.
De volta a Camilo, e seu governo, fica claro seu esforço de não deixar vácuo e de ocupar todo o espaço que lhe cabe, especialmente nas horas mais cruciais, como já dito, errando e acertando. Nunca, porém, se omitindo.
O governador Camilo Santana intensifica contatos com prefeitos cearenses, aliados e oposicionistas, para que eles façam valer o decreto da quarentena. É que há notícias chegando ao Palácio de que, Ceará afora, registra-se muita resistência à medida, que manda fechar estabelecimentos comerciais, demonstrando-se fundamental que o poder local, no caso exercido por quem administra o município, se faça prevalecer.
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