19.07.2019 - O Plano Real, que acaba de completar 25 anos,
foi o mais bem-sucedido dos vários planos de combate à inflação e teve um toque
de originalidade: a URV – a Unidade Real de Valor, mecanismo de transição que
preparou a introdução da nova moeda, o real. Com a sua introdução, inaugurou-se
uma época de inflação baixa, quase sempre controlada, destoando da
instabilidade monetária que caracteriza a maior parte da história econômica do
País.
O plano não era perfeito, longe disso. Ele se
desdobrava em três fases a serem implementadas sequencialmente; a primeira e a
terceira logo se mostrariam problemáticas.
A Fase I era a do ajuste fiscal que
lançaria os fundamentos do plano. A URV – uma quase moeda paralela à moeda
oficial, o cruzeiro real – seria a Fase II. E a Fase III consistiria na
introdução da nova moeda em substituição ao cruzeiro real, a ser retirado de
circulação.
Em resumo, o Plano Real era uma reforma monetária em duas etapas,
antecedida de medidas de contenção do déficit público.
A Fase I foi muito incompleta, o que lançou
dúvidas, desde o início, sobre a sustentabilidade do Plano Real. A Fase III
acabou prejudicada pela valorização inicial do real em relação ao dólar, que se
tornaria – mais do que a fragilidade das contas públicas – o grande calcanhar
de Aquiles do plano.
Essa foi a
contribuição original dos economistas tucanos à política econômica brasileira,
especialmente (pelo que sei) de André Lara Resende e Pérsio Arida.
O Brasil
poderia até dar lições de como fazer uma hiperestabilização, isto é, de como
recuperar a estabilidade monetária nacional em condições de hiperinflação.
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