20/02 - O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje (20),
a partir das 14h, o julgamento da ação protocolada pelo PPS para criminalizar a
homofobia, que é caracterizada pelo preconceito contra o público LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais, transexuais). Será a terceira sessão
seguida para o julgamento da questão.
A análise começou na semana passada e foi suspensa
após a primeira parte do voto do relator, ministro Celso de Mello. Até o
momento, o ministro reconheceu a omissão do Congresso Nacional ao não
criminalizar a homofobia desde a promulgação de Constituição, em 1988. A
possibilidade de criminalização é debatida na Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26, protocolada em 2013.
Até o momento, Celso de Mello entendeu que há
inércia do Congresso ao não aprovar uma lei para proteger a comunidade LGBT de
agressões e preconceitos. Dessa forma, a Corte poderá conceder um prazo para o
Congresso aprovar uma lei sobre a matéria.
Na sessão de hoje, após a parte final do voto do relator, devem votar o ministro Edson Fachin, relator de outra ação sobre o tema, além dos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e o presidente, Dias Toffoli.
No dia 13 de fevereiro, primeiro dia de julgamento, a sessão foi dedicada somente às sustentações orais das partes contrária e a favor do tema.
O primeiro advogado a sustentar foi Paulo Roberto
Iotti Vechiatti, representante do PPS. Segundo o advogado, existe uma omissão
do Congresso brasileiro em criminalizar os casos de agressões a homossexuais.
Em seguida, o advogado-geral da União (AGU), André
Mendonça, reprovou qualquer tipo de conduta ilícita em relação à liberdade de
orientação sexual, mas entendeu que o Judiciário não tem poderes legais para
legislar sobre matéria penal, somente o Congresso.
O advogado Tiago Gomes Viana, representante do Grupo Gay da Bahia, disse que a criminalização da homofobia pelo STF é necessária porque todos os projetos favoráveis à comunidade LGBT que começam a tramitar no Congresso são barrados por parlamentares ligados à bancada evangélica.
Representante da Associação Nacional de Juristas
Evangélicos (Anajure), o advogado Luigi Mateus Braga defendeu que o Congresso
tenha a palavra final sobre o caso. Braga disse que a comunidade LGBT deve ter
seus direitos protegidos, mas é preciso assegurar que religiosos não sejam
punidos por pregaram os textos bíblicos.
(Agência Brasil)
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