23/01 - O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz
Maia, se mostrou contrário ao pedido do presidente do Senado, Eunício Oliveira
(MDB), para mudar uma investigação de que é alvo junto a Renan Calheiros no
Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação apura se houve corrupção passiva e
lavagem de dinheiro na campanha de Eunício ao governo do Ceará em 2014. São
analisados pagamentos de R$ 43,6 milhões da J&F a
políticos do MDB em troca do apoio à Dilma Rousseff. O dinheiro teria sido
retirado da propina que a empresa devia ao PT por negócios ilícitos envolvendo
o BNDES e fundos de pensão.
Em delação, o ex-presidente da Transpetro nos
governos de Lula e parte do governo de Dilma [de 2003 a 2014], Sérgio Machado,
afirmou que a residência oficial da presidência do Senado, ocupada em 2014 por
Renan Calheiros, serviu de ponto de encontro de senadores do MDB
para tratar da propina que receberiam para apoiar a reeleição
de Dilma.
O ex-senador disse ainda que as reuniões contavam
com os senadores Renan Calheiros, Jader Barbalho, Carlos Eduardo Braga, Romero
Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Edison Lobão e Waldir Raupp. Renan
Calheiros, inclusive, apesar de afirmar que não pretende concorrer
à presidência do Senado, segue no páreo.
Em novembro de 2018, a defesa de Eunício Oliveira
relatou que não havia provas contra o ex-senador e pediu o arquivamento ou ao
menos que o caso não fosse enquadrado como corrupção e lavagem, mas sim como
crime eleitoral, o que levaria a uma pena é menor.
Para Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral da República, “Os elementos reunidos, diversamente do que se alega, sugerem pagamentos de vantagens indevidas, em razão dos cargos dos investigados, parte por meio de operações comerciais simuladas, tipologia clássica de lavagem de capitais.
Deste modo, não que há se falar em irregularidade
eleitoral, sem deixar de apurar a presença de fatos de gravidade ainda maior”.
No pleito de 2018, Eunício não se reelegeu senador
e, quando deixar o mandato em fevereiro, perderá foro.
Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário