15/06 - No início de 2016, ano do golpe
parlamentar-judicial que atirou o Brasil no imponderável, seria louco quem
dissesse que chegaríamos às eleições presidenciais de 2018 com a direita
reduzida a candidaturas patéticas.
No infeliz ano novo que começava, as
pesquisas indicavam – pode parecer incrível a você, hoje
– Aécio Neves com o líder das intenções de voto, com 27% das intenções de voto
no Datafolha. Fosse Alckmin o candidato tucano, ainda teria um patamar do qual
partir, com seus então 14%
Jair Bolsonaro era apenas um pequeno quisto (4%, na
pesquisa de dezembro de 2015) e Henrique Meirelles estava a poucos meses de ser
apresentado como líder do “dream team” que salvaria o país da recessão.
Hoje, exceto por Bolsonaro, que virou mesmo um
tumor, a direita brasileira reduziu-se a candidaturas patéticas.
Henrique Meirelles é uma piada dentro do próprio
(P)MDB, apenas um “é o que temos” com dinheiro suficiente para que os deputados
do partido não tenham de gastar o fundo partidário com um fiasco, digo, uma
candidatura presidencial.
O PSDB, agora sem o seu falecido Aécio, amarga
índices de inacreditáveis 5 ou 6% para Alckmin e se vê diante da inimaginável
situação de poder perder até mesmo em seu quartel general, São Paulo.
Meirelles e Alckimin vivem a patética situação de
não serem defenestrados das candidaturas apenas por absoluta falta de outros
que caibam nesse lugar. Dória, o aventureiro que surgia como opção,
esfarinhou-se e Temer e a Lava Jato encarregarem-se, no MBD, de moer
qualquer sonho de continuidade do infeliz ocupante do Planalto.
Bolsonaro virou seu candidato, apesar do teto da
repugnância em que esbarra e o patético da situação agora se agrava com a
anunciada tentativa de Geraldo Alckmin em “polarizar” o debate com ele.
Os tucanos verificarão, amargamente, que não há
debate possível com o candidato que construíram com seu ódio, porque poucos,
entre os dele, se importam com qualquer traço de razão. Bolsonaro cresce em seu
próprio silêncio e deixa que seu discurso seja o ódio que tucanos e mídia
construíram e constróem.
A polarização que decidirá a eleição está em
Curitiba e não dá sinais de se abrandar: na pesquisa que citei, Lula tinha 20%
das intenções de voto e hoje, mesmo encarcerado e apresentado ao país como
alguém que está inexoravelmente fora da disputa, tem 30%.
O golpe é patético, como patética é a situação de
seus promotores.
Levaram o país a um torvelinho que, infelizmente,
está muito longe de seu fim.
Fernando Brito - 15/06/2018
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