25/05 - Muito
do comportamento típico dos adolescentes se deve aos circuitos cerebrais em
constante mudança.
Adolescentes!
Eles comem cápsulas de sabão em pó e fazem sexo desprotegido. Eles usam redes
sociais das quais nem ouvimos falar e são máquinas de hormônios ambulantes. É
fácil zombar dos seus enormes sensos de autoestima e de suas decisões
aparentemente estúpidas. Mas não tão rápido, diz a neurocientista cognitiva
Sarah-Jayne Blakemore: O cérebro adolescente não é motivo de risada.
A
Vida Secreta do Cérebro Adolescente, sem edição em português], Blakemore (sem
relação com a autora deste artigo) desafia adultos a levar a sério os
adolescentes e seus cérebros em crescimento. Seu livro explica o que está
acontecendo dentro desses cérebros durante a adolescência – um período complexo
de mudança neurológica que é fundamental para a maturidade.
Blakemore
descreve a ciência mais atualizada sobre o desenvolvimento do cérebro
adolescente. Acontece que muito do que faz os adolescentes parecerem assim,
bem, adolescentes, não se deve aos seus hormônios, mas aos seus circuitos
cerebrais que mudam rapidamente. A mente maleável continua a se desenvolver
durante a adolescência, consolidando personalidade, preferências e
comportamentos.
Alguns
desses comportamentos, incluindo o de risco e a tendência à falta de confiança,
podem parecer ligados à pressão dos pares. Mas, escreve Blakemore, eles são na
verdade sinais de desenvolvimento cerebral. Com a ajuda de dados de estudos que
mostram o cérebro adolescente em ação, ela conecta o desenvolvimento do cérebro
a todo tipo de coisas, incluindo autocontrole e depressão.
Ainda
há muito a aprender sobre o cérebro dos adolescentes, e os cientistas não
entendem completamente como coisas como a genética afetam o desenvolvimento do
cérebro. Mas o que sabemos, diz Blakemore, pode ajudar os adultos a tornarem-se
mais compassivos em relação aos adolescentes e podem apontar políticas
educacionais e sociais que funcionem com os cérebros dos adolescentes, não contra
eles.
"O
cérebro adolescente não é um cérebro adulto disfuncional ou defeituoso",
escreve ela; é "uma lente através da qual podemos começar a nos ver de
novo." Blakemore pinta o cérebro adolescente como tempestuoso,
impressionável, dinâmico – e que vale a pena ser estudado.
Gazetadopovo
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