9 de março de 2018

SUPREMO ENVIA PARA PGR DADOS DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DE AÉCIO

09/03 - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, enviou para a Procuradoria Geral da República dados da quebra de sigilo bancário de Aécio Neves, por conta das acusações da JBS. Ao contrário do que acontece com outros políticos, as informações pessoais do senador tucano não foram vazadas para a imprensa.

No despacho, Marco Aurélio anota que, em 27 de dezembro, determinou "o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados – Aécio Neves da Cunha, Andrea Neves da Cunha, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima  e das pessoas jurídicas Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários Ltda. e ENM Auditoria e Consultoria, no período de 1º de janeiro de 2014 a 18 de maio de 2017."

Todos passaram a ser investigados após Joesley Batista, da JBS, afirmar que pagou R$ 2 milhões a Aécio a título de propina. Os investigadores suspeitam que os assessores de Aécio e Perrella participaram da ação de lavagem de dinheiro.

Ao pedir a quebra, a PGR destacou que um ex-diretor da JBS, Ricardo Saud, afirmou que Aécio recebeu propina de R$ 60 milhões, em 2014, "realizada por meio da apresentação de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas pelo parlamentar."

Em troca, ele teria atuado politicamente em favor dos interesses da JBS em vários assuntos, incluindo a cobrança de ICMS.


Em nota, Aécio afirmou que "jamais recebeu propina ou ofereceu qualquer benefício ao grupo JBS. Os 60 milhões mencionados na matéria foram doações eleitorais, legais e declaradas ao TSE. Não há sequer lógica na acusação de que tais recursos serviriam para compra de legendas, uma vez que o poderoso grupo econômico mantinha relações próprias e diretas com diversos partidos políticos. Também falta lógica à acusação de que tais recursos seriam contrapartida a um benefício de ICMS de valor muito inferior, R$ 24 milhões. ICMS é um imposto estadual cuja cobrança não faz parte das atribuições de um senador."
GGN 

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