09/03 - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal
Federal, enviou para a Procuradoria Geral da República dados da quebra de
sigilo bancário de Aécio Neves, por conta das acusações da JBS. Ao contrário do
que acontece com outros políticos, as informações pessoais do senador tucano
não foram vazadas para a imprensa.
No despacho, Marco Aurélio anota que, em 27 de
dezembro, determinou "o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos
investigados – Aécio Neves da Cunha, Andrea Neves da Cunha, Frederico Pacheco
de Medeiros e Mendherson Souza Lima e das pessoas jurídicas Tapera
Participações e Empreendimentos Agropecuários Ltda. e ENM Auditoria e
Consultoria, no período de 1º de janeiro de 2014 a 18 de maio de 2017."
Todos passaram a ser investigados após Joesley
Batista, da JBS, afirmar que pagou R$ 2 milhões a Aécio a título de propina. Os
investigadores suspeitam que os assessores de Aécio e Perrella participaram da
ação de lavagem de dinheiro.
Ao pedir a quebra, a PGR destacou que um ex-diretor
da JBS, Ricardo Saud, afirmou que Aécio recebeu propina de R$ 60 milhões, em
2014, "realizada por meio da apresentação de notas fiscais frias a
diversas empresas indicadas pelo parlamentar."
Em troca, ele teria atuado politicamente em favor
dos interesses da JBS em vários assuntos, incluindo a cobrança de ICMS.
Em nota, Aécio afirmou que "jamais recebeu
propina ou ofereceu qualquer benefício ao grupo JBS. Os 60 milhões mencionados
na matéria foram doações eleitorais, legais e declaradas ao TSE. Não há sequer
lógica na acusação de que tais recursos serviriam para compra de legendas, uma
vez que o poderoso grupo econômico mantinha relações próprias e diretas com
diversos partidos políticos. Também falta lógica à acusação de que tais
recursos seriam contrapartida a um benefício de ICMS de valor muito inferior,
R$ 24 milhões. ICMS é um imposto estadual cuja cobrança não faz parte das
atribuições de um senador."
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