27 de março de 2018

EM MEIO ÀS INCERTEZAS, OPOSIÇÃO SE ASSANHA E PODERÁ LANÇAR CANDIDATO AO GOVERNO DO CEARÁ

27/03 - O senador Tasso Jereissati (PSDB) sacudiu, pela segunda vez, em menos de dois meses, o ânimo da oposição ao Governo Camilo para unificar o discurso e traçar planos para lançamento de uma chapa ao Palácio da Abolição e ao Senado. O encontro dos líderes de oposição, nessa segunda-feira, no escritório do tucano, em Fortaleza, teve como principal cardápio os números de uma pesquisa sobre intenção de votos que deixou dirigentes do PSDB, PSD, PROS e SD animados e certos de que, embora poucos, mas unidos, é possível conquistar o poder nas eleições de 2018.

A semana que antecedeu a reunião entre Tasso, Lúcio Alcântara, Roberto Pessoa, Luiz Pontes, Domingos Filho, Genecias Noronha, Danilo Forte, Domingos Neto e Capitão Wagner foi tensa e com incerteza. O cenário de dúvidas surgiu a partir da decisão do Capitão Wagner em se filiar ao PROS, em Brasília, sem a presença de líderes oposicionistas. O gesto isolado deixou a entender que o Capitão não estaria disposto a sacrificar uma eleição certa à Câmara Federal pela candidatura ao Governo do Estado.

24 horas após a filiação ao PROS, Wagner deixou ainda mais dúvidas sobre uma candidatura de governador ao disparar ácidas críticas a segmentos da oposição que tinham um pé no Governo. O alvo dos petardos era justamente o PSDB que, nessa segunda, pela voz do senador Tasso Jereissati, o reanimou a permanecer no jogo da sucessão estadual. É bom lembrar que, no dia 26 de janeiro, no primeiro encontro da oposição em 2018, Tasso deu o gás necessário para o Capitão aceitar a ideia de concorrer à sucessão de Camilo.

Wagner tinha razão quando fez a crítica aos tucanos que, desde o ano passado, viram o ex-vice-governador Maia Júnior assumir o cargo de Secretário de Planejamento e Gestão do Governo Camilo e ficaram de braços cruzados. Maia não pediu licença da filiação, nem o PSDB o desligou. O constrangimento era inevitável. Entre o discurso áspero e a reunião para leitura da mais importante pesquisa sobre a imagem do Governo do Estado e aceitação, pelos eleitores, dos nomes apresentados como opções para governador e senador, coube ao ex-senador Luiz Pontes, em duas oportunidades, na quinta e sexta-feira passadas, o papel de bombeiro para apagar as chamas de um incêndio na oposição.

A primeira medida adotada, diante do clima tenso, foi transferir da última sexta para essa segunda-feira, o encontro do  grupo oposicionista. A estratégia foi acertada e, após a reunião liderada por Tasso, a oposição saiu revigorada e com um discurso uniforme. “Temos nomes de peso eleitoral, respeitados na política e com propostas para um novo projeto para o desenvolvimento econômico e social do Estado”, disse, após a reunião, o ex-senador Luiz Pontes, que, ao lado de Tasso, demonstra entusiasmo com a caminhada da oposição.

Passada a turbulência da semana anterior, Wagner chegou à reunião dos líderes de oposição como o homem dos votos para puxar a chapa de oposição. Está mais do que nunca como uma estrela de primeira grandeza e com o brilho nos olhos pelos números da pesquisa que o levam, desde já, ao segundo turno da eleição ao Governo do Estado. Mais do que isso: se não quiser encarar a corrida ao Palácio da Abolição, Wagner tem, também, opção de ser candidato ao Senado.

Wagner, ao lado de Tasso e do ex-governador Lúcio Alcântara, fica como porta voz da oposição e cumprirá importante papel nas articulações para formação de uma chapa ao Governo do Estado e ao Senado Federal. Wagner tem a opção de ser candidato a governador ou a senador.

A chapa desenhada pela oposição tem, ainda, nesse momento, o nome de Lúcio como alternativa ao Senado. Tasso comanda a oposição, coordena as pesquisas, mas não escapa das pressões, em tom de incentivo, para ser o palanque que o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, precisa no Ceará.
Ceará Agora

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