15/02 - O
período que vai do dia 7 de março a 7 de abril de 2018 será decisivo para boa
parte dos 31 partidos políticos com representação no Ceará. Os debates internos
com vistas às novas filiações e debandadas, por conta da chamada "janela
partidária", já estão acontecendo há algum tempo, e muitos parlamentares
deverão ingressar em algumas agremiações e sair de outras.
O
ato de filiação e desfiliação de figuras políticas no Estado será determinante
para a composição futura de coligações partidárias, visto que muitas das
legendas estão aguardando o período da "janela" para definirem com
quem estarão coligadas no pleito de outubro próximo.
No
Legislativo cearense, o impacto também será considerável, uma vez que mais de
uma dezena de deputados tende a mudar de grêmios, o que fará com que algumas
siglas se fortaleçam e outras fiquem cada vez mais desidratadas. Entre os
deputados, fala-se, inclusive, em grêmios que deixarão de existir na Assembleia
após o fim deste período.
De
acordo com informações dos próprios parlamentares e dirigentes partidários, o
deputado Capitão Wagner e Roberto Mesquita, respectivamente, membros do PR e
PSD, devem deixar as siglas e se filiar ao PROS, que passará a ter dois
representantes na Casa. Além de Mesquita, o PSD perderá ainda Osmar Baquit e
Gony Arruda, que foram expulsos da sigla, mas obtiveram decisão judicial para
permanecerem no partido. Baquit caminha para o PDT, enquanto Arruda ainda diz
estar indeciso.
Apesar
de perder todos os seus atuais membros, o PSD ainda terá representação na
Assembleia, uma vez que Odilon Aguiar, atualmente no PMB, se filiará à legenda.
Já a deputada Bethrose está estudando deixar o Partido da Mulher Brasileira e
ingressar no Partido Progressista. E enquanto o PP tende a se fortalecer no
Legislativo estadual, o PMB deverá desaparecer da Assembleia.
Outro
que poderá desaparecer é o PHS, uma vez que Tin Gomes pode ingressar no PDT. O
deputado está tentando, junto à direção nacional da sigla humanista, voltar ao
comando do partido. No entanto, é pouco provável que a presidência nacional do
grêmio destitua a atual direção, recentemente empossada. O PHS do Ceará,
atualmente, está sendo dirigido por assessores do deputado federal Cabo Sabino
(PR), que ingressará na agremiação no dia 16 de março.
O
MDB, atualmente com cinco parlamentares na Assembleia, poderá aumentar sua
bancada, uma vez que a tendência é que Walter Cavalcante, ainda no PP, ingresse
na legenda emedebista. Já Antônio Granja (PDT), de acordo com informação de
pessoas ligadas ao Partido Progressista, poderá ser um novo filiado dessa
agremiação.
O
deputado Julinho (PDT) já afirmou que está conversando com dirigentes de outros
partidos, mas ainda não tem definição tomada, podendo até mesmo tentar a
reeleição pelo PDT. O deputado Manoel Santana (PT) já há algum tempo vem
tratando com lideranças do PCdoB e, segundo ele, o diálogo continua sendo
realizado, mas ainda nada ficou acertado. O parlamentar acredita que, com as
mudanças, os partidos alinhados ao governador do Estado devem ser fortalecidos.
Já a oposição ficará mais fragilizada.
Para
Heitor Férrer (PSB), tais mudanças têm como princípio e fim a facilitação de
candidaturas, tanto proporcionais como majoritárias. "O governador Camilo
já está bastante fortalecido, dominando quase a totalidade dos partidos no
Estado. Creio que não haverá mais mudanças significativas a não ser dentro do
bloco do Governo para acomodar quem já está na base, no sentido de viabilizar as
vitórias".
O
pessebista afirmou ao Diário do Nordeste que está tentando uma audiência com a
presidência do partido em âmbito nacional para tratar da sua condição na
legenda. No Ceará, o PSB faz parte da base de sustentação de Camilo Santana, mas
Férrer quer manter seu posicionamento de oposicionista na Casa.
Segundo
Walter Cavalcante (PP), o mês de abril será decisivo para a sobrevivência dos
políticos que tendem a mudar de legenda. "No que diz respeito à vida
partidária, todos buscarão intensificar a conquista por mais candidatos a
deputado federal, e também trabalhar os voos necessários para que o partido
tenha a porcentagem requerida pela cláusula de desempenho".
De
acordo com Sérgio Aguiar (PDT), os três primeiros meses do ano serão de mudanças
e reorganização nas agremiações partidárias no Ceará. Para ele, partidos
deixarão de existir e outros vão crescer. "Como em 2020 não será mais
possível a realização de coligações, neste ano temos a prévia para se coligar e
amadurecer essa ideia. Abril, para mim, é o pontapé, o meio do jogo, para
chegar até a finalização, que são as convenções".
João
Jaime (DEM) também destacou que o período de março a início de abril será
determinante para as negociações. No entanto, ele ressaltou que os arranjos principais
ficarão para junho, quando as candidaturas ao Governo do Estado serão, enfim,
definidas, assim como as de senador e seus suplentes.
DN
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