22/01 - O
prognóstico positivo de chuvas para o trimestre, que vai de fevereiro a abril
próximos, alerta para possibilidade de precipitação irregular no Centro-Sul do
Ceará. Ainda assim, os números são os melhores apresentados nos últimos 10
anos. A probabilidade de chuva acima da média é de 40%, 35% em torno do normal
e 25% abaixo.
Nos
últimos cinco anos, a previsão
da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) foi acertada. Em 2012, com
possibilidade de precipitação em 40%, a Funceme errou a previsão. O ano teve a
pior quadra chuvosa pelos cinco anos que seguiram. Em 2010, o prognóstico de
chuvas acima da média foi de 20%, e 35% acima da média histórica no ano
anterior.
Para
o governador Camilo Santana, os dados apresentados pela Funceme não refletem
menos preocupação. "Mesmo chovendo acima da média, vai depender muito da
intensidade e da forma que a chuva vier. O cenário vai depender das condições
da chuva desses três meses", afirmou na coletiva realizada nesta manhã, no
Palácio da Abolição.
O
secretário de Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, diz que a
recomendação é continuar com o trabalho de segurar a água que existe nos
reservatórios. "O lema da água hoje é fazer mais com menos. Vamos rezar
para Deus que a previsão se concretize".
Camilo
Santana lembrou de ações como os 400 km de adutoras construídas ao longo dos
últimos três anos, além da perfuração de poços no Pecém e em Fortaleza e do
reuso da água da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Gavião, localizada em
Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), junto ao manancial.
O contigenciamento, que reduziu em 18% o consumo de água em Fortaleza, também foi destacado. "Todas essas ações que o Estado fez nos garantiu uma economia de quase 300 milhões de m³ de água por ano", afirmou.
"Ao
invés de ir para o mar, essa água foi barrada em pontos dos rios Jaguaribe e
Banabuiu, que jogaram essa água para Pacajus e Pacoti", afirma o
presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Freitas.
"Neste ano, nossa ideia é ter um bombeamento da barragem do Cocó levando
de volta essa água para a ETA Gavião"
Mesmo
que a chuva seja maior na região Norte, o Sul do Estado não deverá ser de estiagem.
É o que acredita João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh). "Tudo vai depender disso: chuva, vazão e
aporte aos reservatórios", diz. "Se realmente tiver vazão, não é
considerada seca".
Além
de Camilo Santana, Francisco Teixeira e Neuri Freitas, o evento contou com a
participação de outros representantes de órgãos voltados aos trabalhos de
Segurança Hídrica no Ceará, como a Cogerh, a Superintendência de Obras
Hidráulicas (Sohidra) e a Defesa Civil.
(O povo)
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