27/01 - Há
priscas era, um programa de televisão destes que vendiam carnês antes do Sílvio
Santos tinha como atração um quadro onde o participante era fechado numa
“cabine à prova de som” e tinha de responder a perguntas com um “sim” ou
não” quando se ia oferecendo que trocasse o prêmio com que começava a
brincadeira por outros, de menor ou maior valor.
A
manchete de hoje do Estadão, dizendo que, em benefício de uma coligação
nacional para Geraldo Alckmin, os tucanos abririam mão da cabeça de chapa para apoiar Márcio
França, do PSB é destas que fazem lembrar a cena acima.
Algo que, se não for apenas um “balão de ensaio” vai remexer os intestinos do
PSDB, não só em São Paulo, mas em escala nacional.
Há
hoje poucas dúvidas de que, com um candidato tucano, mesmo com um mau
desempenho de Alckmin em escala nacional, o favoritismo para o Governo de São
Paulo é do PSDB. Mas a colagem eleitoral dos pedaços que compõem o tucanato
paulista quase que certamente não consegue resistir a um comando do governador
para que entreguem a cidadela que lhes restou.
Já
seria difícil se Alckmin estivesse no primeiro escalão dos participantes da
disputa presidencial; no limbo em que se encontra não é difícil esperar que
seja impossível. Até porque seria, como na cabine à prova de som daquele
programa de TV, trocar tudo por um pé de alface.
O
serpentário paulista, certamente, vai aumentar seu estado de agitação.
Dória, mesmo tendo voltado a uma postura menos exibida, nunca arquivou
suas ambições. O que resta do “serrismo”, também. O vizinho Skaf tem tempo de
televisão para abrir portas e até o “mito” Bolsonaro tem cacife, em terras
bandeirantes, para oferecer palanque.
Como
tudo o que não faz sentido, a possibilidade tende a ser nula. Mas como no
Brasil de hoje, onde o que não tem sentido vem se transformando em realidade,
pode ser que isso vá além de uma simples acomodação de ambições.
E
que jogue o maior colégio eleitoral brasileiro numa fragmentação inédita, ao
menos desde que Collor venceu ali nos dois turnos de 1989.
(Tijolaço)
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