27/01 Eric Hobsbawm, o grande historiador inglês morto em
2012, aos 95 anos, havia deixado claro. Em 2011, se encontrou com Luiz Inácio Lula da Silva. Ao sair da reunião, em
Londres, comentou: “Lula ajudou a mudar o equilíbrio do mundo porque pôs os países em
desenvolvimento no centro das coisas”. E prosseguiu: “Lula foi o
verdadeiro introdutor da democracia no Brasil, um país com tantos pobres pelos
quais ninguém havia feito antes tantas coisas concretas”.
Lula já havia cumprido seus dois
mandatos, um iniciado em 1º de janeiro de 2003 e, o outro, em 2007. Quando os
brasileiros elegeram o torneiro mecânico presidente, em outubro de 2002,
Hobsbawm havia ficado feliz: “Agora sou um pouco mais otimista sobre o futuro do ser humano”.
Os três juízes recursais de
Porto Alegre, sem dúvida, entrarão para a história. Ao condenar Lula,
deram sua contribuição para um mundo mais desequilibrado.
Há seis meses, Lula lidera todas as
pesquisas de intenção de voto no primeiro e no segundo turnos. Também reduziu
em 20 pontos a rejeição que sua figura causava. E o fez em apenas um ano e
meio. Os políticos e pesquisadores da opinião pública sabem qual é o efeito de
reduzir a imagem negativa: o teto sobe e o crescimento é possível. Nenhuma
figura da direita, entretanto, disparou nas pesquisas a ponto de pôr Lula em
risco. Nem o ultradireitista Jair Bolsonaro, nem a verde Marina Silva, assessorada em 2014 por Jaime Durán
Barba, nem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do partido de José Serra e Fernando Henrique Cardoso. Nenhum deles aparecia como
challenger do velho boxeador de 72 anos que regressava à luta, uma mais, após
superar um câncer e um golpe de Estado.
Os juízes não somente deram o primeiro
passo para impedir que o político mais conhecido do Brasil pudesse ser
candidato e, eventualmente, ganhasse as eleições presidenciais de 7 de outubro
deste ano. Castigaram o líder popular que, no marco da democracia clássica,
protagonizou o processo de mudança com a maior quantidade de população
incluída. Em Dilma Rousseff, votaram em 2014 nada menos que 52 milhões de pessoas.
Com sua condenação ao dirigente
sindical que fundou o Partido dos Trabalhadores em 1980 e, 23 anos
depois, chegou à Presidência, os juízes buscaram extirpar o que um senador
brasileiro chamou de “raça maldita”.
Em 13 anos de governos petistas, primeiro de Lula e, depois, de Dilma, os
brasileiros conseguiram comer três vezes ao dia. O verdadeiro milagre. Havia
sido essa, justamente, a promessa de Lula na campanha presidencial de 2002.
O Lula é tão perfeito que o prefiro guardadinho... Já o Granovskky entende tanto de Brasil quanto a massa eleitora do PT. Aliás, que foto feia essa; olha a papada da criatura!
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