03/01 - Depois de uma fraca adesão ao
Programa de Desligamento Voluntário (PDV) em 2017, o governo insiste na aposta
e se prepara para reeditar uma nova Medida Provisória (MP) em janeiro de 2018,
após a anterior caducar no Congresso.
Na primeira rodada do PDV,
concluída em novembro, 240 pessoas aderiram ao programa - 76 ao chamado PDV stricto sensu, a demissão
voluntária, e 164 a outras modalidades, como redução de jornada e licença
incentivada.
"O número de adesões está em linha com
as expectativas do governo, com destaque para a adesão à redução de jornada,
que é o primeiro passo do referido caminho. Sabe-se também que, ao longo da
tramitação da Medida Provisória pelo Congresso, as condições originalmente
propostas podem ser melhoradas", diz Oliveira.
O orçamento federal prevê que os gastos com
pessoal cheguem a R$ 324,6 bilhões este ano, valor que inclui despesas com
inativos, pensionistas e contribuição patronal com o regime dos servidores - e
que representa quase 10% dos R$ 3,5 trilhões de receita previstos para 2018. O
montante representa uma alta de 5,8% em relação ao previsto para o ano passado,
R$ 306,8 bilhões.
As MPs, textos enviados
pelo Poder Executivo, devem ser aprovadas em 60 dias na Câmara e no Senado -
prorrogáveis por igual período - para terem sua vigência mantida.
Mas não foi o que aconteceu com a MP do
desligamento voluntário: ela chegou a ser aprovada em uma comissão mista, mas
não foi votada a tempo no plenário das Casas.
O governo afirmou que irá reenviar ao
Congresso uma nova Medida Provisória com as mesmas regras. A ideia é que o
Ministério do Planejamento estabeleça anualmente períodos e critérios de
abertura de novas rodadas do programa.
Na modalidade principal, a da demissão
voluntária, a MP que caducou previa o pagamento de indenização de 1,25 salário
por ano trabalhado para aqueles que decidissem deixar o serviço público.
A preferência para adesão ao programa era de
servidores com maior tempo de exercício da função e pessoas em licença para
tratar de assuntos particulares. Por outro lado, algumas condições impediam a
participação, como o cumprimento de todos os requisitos legais para
aposentadoria.
Já a redução da jornada, que teve adesão de
153 servidores, previu diminuição da carga semana de 40 horas para 30 ou 20
horas semanais, com o benefício do pagamento adicional de meia hora diária.
Neste caso, foram priorizados servidores com filhos de até seis anos ou a cargo
de cuidados de pessoas idosas ou com deficiência.
BBC
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