06/12 - No evento “Brasileiros
do Ano”, em São Paulo, uma promoção da revista IstoÉ, o juiz Sérgio Moro, o
principal homenageado, deixou ontem à noite o presidente Michel Temer, ali
presente, numa tremenda saia justa.
Além
de Temer, Moro dividiu o palco com os ministros Moreira Franco, da
Secretaria-Geral da presidência, Henrique Meirelles, da Fazenda e Hélder
Barbalho, da Integração Nacional. Eles foram os únicos que não aplaudiram o
discurso de Moro.
Ao
dirigir-se diretamente a Temer, Moro pediu sua ajuda para evitar que o Supremo
Tribunal Federal recue da decisão de permitir a prisão de condenados na segunda
instância da Justiça. Temer nem piscou. Fez de conta que não ouvira nada. A
Meirelles, Moro pediu que não deixasse faltar dinheiro à Polícia Federal,
encarregada das ações da Operação Lava Jato. Ensinou: “Investir no combate à
corrupção é algo que eleva a economia”. Meirelles não respondeu. Fez cara de
paisagem.
Por
fim, Moro defendeu o fim do foro privilegiado, que garante à milhares de
autoridades, inclusive a ele, o direito de só serem processadas e julgadas
pelos tribunais superiores. “Eu não quero esse privilégio para mim”, disse.
Nesse
momento, Moro foi efusivamente aplaudido pela plateia, mas não por Temer, seus
ministros e o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), que também
estava por lá.
Por Ricardo Noblat
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