01/12 - O
fato, nu e cru, é que Lula vai sendo canonizado, imortalizado e
santificado no altar máximo da glorificação histórica. Nem Che Guevara, nem
Fidel Castro, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão.
E
essa consagração é insuspeita: não há maior prêmio nem maior insígnia do que
ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial
e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de
“inteligência” nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida
que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia
sonhar.
Não
há Prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação democrática de Lula no mundo,
nem todos os prêmios que Lula de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma
das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso:
ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que
tem fobia a voto.
Habitar
24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da democracia e povoar quase a
totalidade do noticiário político de um país durante 40 anos, dando significado
a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais
soberania, acreditem, não é pouco.
Talvez,
não haja prêmio maior no mundo porque Lula é, ele mesmo, o prêmio. É ele que
todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém
quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, rouca, que carrega as marcas da
história no timbre e na gramática.
Há
de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com
extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como
FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas
dos homens que lutaram e fizeram valer uma vida em toda a sua dimensão
espiritual e humana.
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