10 de novembro de 2017

“TEMOS DIFERENÇAS PROFUNDAS”, AFIRMA TASSO APÓS AÉCIO TIRÁ-LO DA PRESIDÊNCIA DO PSDB

Um dia após assumir que é candidato à presidência do PSDB, o senador Tasso Jereissati foi destituído da presidência interina do partido pelo senador Aécio Neves, presidente licenciado da sigla.

Em encontro realizado na tarde desta quinta-feira (9), o ex-governador cearense foi interpelado para que abrisse mão do comando do PSDB, por uma questão de “equidade”. Aécio argumentou que não seria “justa” a permanência de Tasso no cargo com a aproximação das eleições para a presidência partido.

Em entrevista coletiva, Tasso conta ter pedido “sinceridade” a Aécio Neves. “Pedi apenas que ele falasse comigo com toda franqueza: que ele, na verdade, não queria que eu fosse candidato nem presidente do partido, porque, nós temos, hoje, diferenças profundas, muito profundas“, afirmou Tasso. “Acho justo, tendo essas diferenças profundas, que ele não me queria como candidato. Eu só não queria que ele desse justificativas como se fossem republicanas, que não são”.

Respondendo a jornalistas, Tasso enumerou as “diferenças profundas” entre os dois: “São conhecidas de todos vocês, são diferenças profundas, desde comportamento político, comportamento ético, visão de governo, fisiologismo, a questão de fisiologismo deste governo“, disse ele, ressaltando, porém, que Aécio não era fisiologista, mas que “concordar” e “omitir-se” é tão grave quanto. “Esse PSDB desses caras não é o meu PSDB“, disse três vezes durante a entrevista.

Por isso, Tasso preferiu que Aécio o afastasse, em vez da renúncia. Cerca de meia hora depois, um ofício foi enviado a Tasso com o comunicado do afastamento. Um dos vice-presidentes do PSDB, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman assumiu o comando interino do partido.

Tasso ainda disse que Aécio relatou estar sofrendo “enorme pressão”, sem especificar, porém, quem estava pressionado-o. O senador cearense também relatou que a decisão foi recebida com surpresa pelos demais quadros do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Eu acho, tenho dito, vocês sabem, que ele [Aécio] não está pensando no coletivo do partido há muito tempo, desde quando ele está agarrado a essa presidência, sabendo que ele ficando na presidência não traria vantagem para o partido nesse momento.

Se ele estivesse pensando no coletivo do partido, isso não estaria acontecendo hoje — nem essa crise estaria acontecendo hoje.” 

Segundo ele a candidatura à presidência do PSDB não só continua, como se fortifica — embora “não seja fácil enfrentar a estrutura de poder do Governo Federal”. No pleito, Tasso enfrenta o governador de Goiás Marconi Perillo.
 

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