Proteínas
presentes em algas, esponjas e ouriços marinhos do Litoral Cearense se mostram
promissoras no combate à diabetes e ao câncer. É o que apontam pesquisas
conjuntas do Laboratórios de Biotecnologia Marinha (BioMar-Lab), do Laboratório
de Espectrometria de Massas Aplicada a Proteína (LEMAP, da Universidade Federal
do Ceará (UFC).
Até
o momento, a lectina tem mostrado potencial semelhante à metformina, um dos
principais medicamentos antidiabéticos adotados na atualidade, informa a UFC. A
substância tem a facilidade de se ligar a carboidratos, o que faz com que
seja possível a conexão com células imunológicas e o favorecimento à
cicatrização — algo bastante afetado pela diabetes.
“Todos
os processos fisiológicos envolvem de alguma maneira carboidratos. Lectinas
podem interferir nesses processos por sua propriedade de se ligar de forma
reversível a essas biomoléculas” explica Edson Holanda Teixeira, professor de
Imunologia e um dos pesquisadores do grupo.
Além
disso, as proteínas podem vir a servir como “biomarcadores”, identificando
células cancerígenas e, até mesmo, auxiliando na autodestruição destas. Como
uma célula tumoral perde a capacidade de controlar a sua multiplicação, ela
pode produzir marcadores glicoproteicos específicos reconhecíveis pelas
lectinas, explica Edson Holanda Teixeira.
Entretanto,
os pesquisadores reconhecem ainda haver um longo caminho para que as proteínas
passem a, de fato, auxiliar no combate às doenças. Todo o processo leva cerca
de 15 anos.
Basta
lembrar o exemplo de uma lectina isolada de uma alga vermelha, a mais potente
arma da contemporaneidade no combate à aids através da inanição do vírus. “Essa
diversidade de vida [marinha], que leva a uma diversidade de moléculas, é uma
fonte extremamente importante na descoberta de futuros medicamentos.
(Tribuna do Ceará)
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