O
governador Camilo Santana (PT) reagiu ontem às acusações do senador Tasso
Jereissati, que declarou que o petista é “mandado” pelos Ferreira Gomes. O
tucano classificou o grupo liderado pelos irmão Cid e Ciro Gomes (PDT) como
“oligarquia”. Para Santana, a crítica é um “absurdo”.
“Lamento
muito que esse absurdo venha de alguém que há poucos dias me fazia elogios.
Minha resposta é continuar trabalhando firme pelo povo do Ceará, como tenho
feito todos os dias”, respondeu Camilo. “Não tenho tempo a perder com esse tipo
de discussão”, continuou.
O episódio de Tasso Jereissati falando das relações entre os Ferreira Gomes com o Palácio da Abolição, durante a convenção estadual do PSDB, na última sexta-feira, 10, é a primeira crítica pública do senador tucano dirigida ao governador Camilo Santana. Antes do caso, o comportamento de ambos era bem diferente. O petista já teceu elogios a Tasso Jereissati e o senador chegou a dizer, inclusive, que Camilo tinha um “jeitão de tucano”.
Na própria sexta-feira, Ciro Gomes subiu o tom do embate com Tasso Jereissati e rebateu, com ironia, a acusação de que a família dele seria uma “oligarquia”. “O Banco do Estado do Ceará (BEC) foi destruído pela oligarquia dos Ferreira Gomes que entregou o dinheiro pros amigos, e os amigos não pagaram e quebraram o banco. Essa oligarquia precisa ser banida do Ceará”, ironizou, referindo-se ao tucano.
O ex-presidente do PSDB no Ceará Luiz Pontes disse que as declarações de Tasso não “denigrem” a imagem de Camilo. “O Ceará todo sabe que quem comanda o Governo hoje é o Ciro”, reforçou. “Se não fosse, Camilo já teria botado pra fora alguns secretários que não gosta e tem que engolir”, cutucou Pontes, evitando citar nomes.
O recém-empossado presidente do PSDB-CE, Francini Guedes, também endossa a acusação de que Camilo Santana é “guiado” pelos irmãos Ferreira Gomes. “Camilo é jovem e trabalhador. Tem todas as condições de caminhar só e dirigir o passo do Ceará”, cutuca.
O
deputado tucano Carlos Matos defende que as interferências do grupo extrapolam
o Palácio da Abolição e chegam também à Assembleia Legislativa. “Toda a
Assembleia recebe o comando do Cid Gomes. Os Ferreira Gomes são realmente
líderes do comando político que sustenta o Governo. Nada passa pela Assembleia
sem a aprovação deles”, avança.
O
Povo
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