4 de novembro de 2017

BASE COBRA SAÍDA DE SECRETÁRIOS CANDIDATOS

Base aliada de Camilo Santana (PT) na Assembleia vive hoje descontentamento geral com secretários do governo que disputarão eleições em 2018. Cobrando exoneração dos gestores até dezembro, os deputados acusam titulares de pastas estaduais de usarem a máquina para “invadir” suas bases eleitorais no interior do Estado.
                                
“Sei que a decisão é do governador, mas defendo que os candidatos saiam até dezembro, assim como o governo Cid Gomes fez”, defende Osmar Baquit (PSD). “Assim é mais justo, nivela. É hipocrisia dizer que não tem problema ficarem no cargo, a gente sabe que, queira ou não queira, acaba tensionando, criando uma relação complicada.”

A insatisfação, levantada pelo próprio Baquit e por Carlos Felipe (PCdoB) em sessões da Casa, foi motivo de reunião na base. Em almoço fechado, o presidente da AL, Zezinho Albuquerque (PDT), se comprometeu a tratar da questão.

“Conversamos com o Zezinho, que é nosso presidente, para que isso fosse tratado mais enfaticamente. E ele certamente vai tratar com o governo”, disse Audic Mota (PMDB). “Casos em que é notório que o secretário será candidato, é importante que ele saia. É mais saudável até para que a atuação deles não fique sob suspeita”, afirma.

Pelo prazo da lei, secretários precisariam deixar as pastas apenas em abril do ano que vem, a seis meses da eleição.
“Já ganhou”
Clima entre deputados pesou após começarem a circular nos bastidores listas que “preveem” os deputados eleitos em 2018. Foco de reclamação entre a maioria dos deputados, secretários como Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Fernando Santana (adjunto do Gabinete do Governador) são os mais lembrados nas relações.

Deputado com base em Crateús, Carlos Felipe criticou “paraquedistas” que usam a máquina para ter espaço. “Muitas vezes esses secretários não possuem qualquer vínculo com a cidade, fica um verdadeiro loteamento. É só ver os mapas das pastas, é natural que as decisões vão ficando cada vez menos técnicas e mais politiqueiras.”

Para Dra. Silvana (PMDB), não basta a exoneração dos secretários, mas também a “despolitização” de pastas. “Não adianta tirar o candidato mas botar um preposto”, critica. “Acho que nunca teve tanta influência de secretário entrando em território do outro. Até eu, que não tenho prefeito, tive eleitores assediados por secretário”, afirma.
Para Tin Gomes (PHS), porém, deputados “exageram” influência de secretários. “Não vai prejudicar quem tiver um trabalho contínuo.”

Secretário da Casa-Civil, Nelson Martins diz desconhecer qualquer crítica de deputados. “Temos uma orientação do governador de, sempre que houver um evento, convidar todos, base e oposição.”

Além de Teixeira e Santana, disputarão cargos Josbertini Clementino (Trabalho e Desenvolvimento Social), Mauro Filho (Fazenda) e Queiroz Filho (PDT), chefe de Gabinete do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
 O Povo 

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