Base aliada de Camilo
Santana (PT) na Assembleia vive hoje descontentamento geral com secretários do
governo que disputarão eleições em 2018. Cobrando exoneração dos gestores até
dezembro, os deputados acusam titulares de pastas estaduais de usarem a máquina
para “invadir” suas bases eleitorais no interior do Estado.
“Sei
que a decisão é do governador, mas defendo que os candidatos saiam até
dezembro, assim como o governo Cid Gomes fez”, defende Osmar Baquit (PSD).
“Assim é mais justo, nivela. É hipocrisia dizer que não tem problema ficarem no
cargo, a gente sabe que, queira ou não queira, acaba tensionando, criando uma
relação complicada.”
A
insatisfação, levantada pelo próprio Baquit e por Carlos Felipe (PCdoB) em
sessões da Casa, foi motivo de reunião na base. Em almoço fechado, o presidente
da AL, Zezinho Albuquerque (PDT), se comprometeu a tratar da questão.
“Conversamos
com o Zezinho, que é nosso presidente, para que isso fosse tratado mais
enfaticamente. E ele certamente vai tratar com o governo”, disse Audic Mota
(PMDB). “Casos em que é notório que o secretário será candidato, é importante
que ele saia. É mais saudável até para que a atuação deles não fique sob
suspeita”, afirma.
Pelo prazo da lei, secretários precisariam deixar as pastas apenas em abril do ano que vem, a seis meses da eleição.
“Já
ganhou”
Clima
entre deputados pesou após começarem a circular nos bastidores listas que
“preveem” os deputados eleitos em 2018. Foco de reclamação entre a maioria dos
deputados, secretários como Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Fernando
Santana (adjunto do Gabinete do Governador) são os mais lembrados nas relações.
Deputado
com base em Crateús, Carlos Felipe criticou “paraquedistas” que usam a máquina
para ter espaço. “Muitas vezes esses secretários não possuem qualquer vínculo
com a cidade, fica um verdadeiro loteamento. É só ver os mapas das pastas, é
natural que as decisões vão ficando cada vez menos técnicas e mais
politiqueiras.”
Para
Dra. Silvana (PMDB), não basta a exoneração dos secretários, mas também a
“despolitização” de pastas. “Não adianta tirar o candidato mas botar um
preposto”, critica. “Acho que nunca teve tanta influência de secretário
entrando em território do outro. Até eu, que não tenho prefeito, tive eleitores
assediados por secretário”, afirma.
Para
Tin Gomes (PHS), porém, deputados “exageram” influência de secretários. “Não
vai prejudicar quem tiver um trabalho contínuo.”
Secretário
da Casa-Civil, Nelson Martins diz desconhecer qualquer crítica de deputados.
“Temos uma orientação do governador de, sempre que houver um evento, convidar
todos, base e oposição.”
Além
de Teixeira e Santana, disputarão cargos Josbertini Clementino (Trabalho e
Desenvolvimento Social), Mauro Filho (Fazenda) e Queiroz Filho (PDT), chefe de
Gabinete do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
O Povo
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