Após
o cadastramento biométrico de cerca de 64 milhões de eleitores para a votação
por meio de impressões digitais, a Justiça Eleitoral encontrou aproximadamente
25 mil registros de título de eleitor duplicados ou múltiplos, segundo Giuseppe
Dutra Janino, secretário da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). "No momento de confrontar as digitais, se
percebe que é a mesma pessoa. Muitas vezes, é evidente a intenção de fraude, da
falsidade ideológica", afirmou Janino.
Segundo
o responsável pela secretaria, uma única pessoa foi encontrada com 52 títulos
de eleitor. "Ele tinha 52 títulos de eleitor, logo 52 identidades, 52
CPFs. Se tem 52 CPFs, poderia retirar 52 benefícios do governo como o Bolsa
Família ou o INSS" O cadastramento de biometria, diz, tem ajudado a
encontrar fraudes no sistema documental do País. "Isso mostra a fragilidade
documental brasileira e faz um saneamento na identificação, retirando esses
cidadãos das práticas criminosas"
O
número de eleitores com a biometria cadastrada, até o momento, representa 44%
das mais de 146 milhões de pessoas aptas a votar, e o objetivo é alcançar cerca
de 80 milhões até o ano que vem. O cadastramento, porém, ainda não é
obrigatório em todos os municípios.
Segundo
o TSE, a identificação biométrica é necessária para garantir que o eleitor seja
único no cadastro eleitoral. Não há duas digitais no mundo. Evita-se, assim, a
possibilidade de uma pessoa se passar por outra no momento da votação.
O
cadastro das biometrias começou em 2008, em um projeto piloto em três
municípios do Brasil que, juntos, tinham mais de 40 mil eleitores: Colorado do
Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS). A Justiça Eleitoral
estima que até 2022 todos os eleitores já tenham cadastramento biométrico,
porém o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que isso seria
possível até 2020.
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