Para Ciro Gomes (PDT), a crise política
nacional está recriando o "bastidor", espaço importante para a busca
de solução para os graves problemas, como os de agora. Ele não esconde sua
posição contrária a eleição direta antes de 2018, senão no caso de antecipação
para renovação de todos os mandatos previstos para terminarem em dezembro do
próximo ano, improvável de ser aceita pelas diversas agremiações partidárias.
Certo
da queda do presidente Michel Temer (PMDB), ele admite que nomes como o de
Tasso Jereissati (PSDB), Nelson Jobim (PMDB), e do próprio Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), que não representam a "vulgaridade" que são os vários
outros citados, bem poderiam conduzir o País para uma eleição tranquila no ano
seguinte.
Uma
eleição direta, agora, além de exigir uma alteração na Constituição, ainda
demandaria muito tempo para o eleito tomar posse, deixando tudo como está e
precisa ser corrigido logo. A Constituição emendada exigiria do TSE a
preparação da eleição com a definição de prazo para a campanha eleitoral,
significando dizer que antes do fim do ano não teríamos um novo presidente que,
empossado, seis meses depois estaria diante de uma nova disputa. Sem falar que,
até a posse do novo eleito para concluir o atual mandato, Temer é quem
permaneceria no cargo.
RESIDE
Os
brasileiros amargarão uma outra grande frustração, neste semestre, se o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não concluir o julgamento do processo de
Abuso de Poder, com possibilidades de cassação dos diplomas conferidos a Dilma
Rousseff, já fora da presidência da República, e a Michel Temer, à época o seu
vice e hoje o chefe da Nação.
Na
Justiça Eleitoral reside a última esperança de defenestrarem Michel Temer,
posto serem muito remotas as chances de efetivação de um novo Impeachment, como
aconteceu com Dilma. E se isso, imperiosamente, tivesse de acontecer, o tempo
de duração do processo machucaria mais ainda toda essa sofrida população.
Sem
a cassação do diploma de vice-presidente, que lhe garantiu a ascensão à
Presidência da República, só a renúncia imediata amenizaria a crise. E ele não
renuncia sem ter garantias como as dadas aos delatores da JBS, ou seja, uma
anistia, o indulto já comentado entre políticos, embora a grita possa vir a
fazer tremer alguns segmentos, irresignados com os malfeitos denunciados,
portanto sem a disposição de perdoar, mesmo sendo necessário ceder para
estancar a continuidade do crime que deixa a Nação sangrando.
ESTRUTURA
Mesmo
acompanhando todo o desenrolar das questões políticas referentes à situação de
Temer ainda presidente, Ciro busca consolidar a estrutura de sua campanha nos
diversos estados brasileiros.
Ele
diz já estar contando com os meios de ter mais de uma dezena de candidatos aos
governos estaduais pelo PDT, admitindo alianças para apoiar postulantes de
outras siglas e, em algumas localidades, como no Ceará, ter mais de um
palanque, significando dizer que ele está contando com o apoio de Camilo Santana,
mesmo ele ficando no PT, tendo este um candidato a presidente.
Camilo
passa a ser um ponto de aproximação num possível segundo turno presidencial,
onde Ciro admite ser possível estar, segundo as projeções de pesquisas
recentemente feitas. A avaliação do ex-governador cearense não inclui Lula na
relação dos presidenciáveis. Não só pela possibilidade de uma condenação
judicial, que ele acha difícil acontecer em tempo hábil para impedir o registro
da candidatura, mas por entendimento do próprio ex-presidente em razão dos
fatos que têm sido vivenciados. O candidato do PT não sendo Lula, ele entende
estar diante de um quadro diferente.
Pela
leitura das pesquisas, ele admite ser a segunda opção do grupo ideológico onde
está inserido o PT, o que o credenciaria a partir na disputa com a preferência
de uns 15% do eleitorado, além do fato de estar sendo um dos pretensos
candidatos mais acionados pelos diversos segmentos da sociedade a se manifestar
sobre o momento atual e a formatação de propostas para as mudanças realmente
reclamadas para um novo projeto de Governo para o País.
EFEITOS
JBS
Ciro
credita a citação do nome de Cid Gomes pelo delator Wesley Batista, um dos
donos da JBS, pedindo dinheiro para a campanha de Camilo Santana, como uma das
muitas acusações a ele e a pessoas próximas dele com o objetivo de atingi-lo.
"A intenção era me machucar, mas isso é zero. Cid é Cid, Ciro é Ciro.
Depois, o comportamento do Cid sempre foi de lisura".
Para o pretenso presidenciável, esse discurso de financiamento de campanha é só "hipocrisia". Essa questão precisa imediatamente ser resolvida por quem tem competência para tal. "É um equívoco grosseiro" que atormentará aos candidatos no próximo ano. Para ele, os poderes Político e Econômico são irremovíveis e precisam estar se relacionando, porém, sem a promiscuidade constatada.
Inf. DN
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