Com saldo de mais de R$ 300 bilhões, o FGTS,
administrado pela Caixa Econômica Federal, desperta o apetite de bancos
privados. De acordo com fontes do setor, instituições como Santander e Bradesco
estão interessadas em quebrar o monopólio da Caixa e, nessa disputa, estariam
dispostas a pagar mais pela poupança do trabalhador.
Hoje, o dinheiro depositado no Fundo rende 3% ao
ano mais Taxa Referencial (TR), que está em 2% no acumulado em 12 meses, abaixo
da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de
9,49% em 12 meses. O indicador mede a variação do custo de vida de famílias com
renda de até cinco salários mínimos, realidade de boa parte dos trabalhadores.
Para os bancos, a principal vantagem seria o acesso a uma montanha de recursos,
considerada estável, que lhes permitiria investir em projetos de longo prazo,
com retorno atraente. Uma eventual mudança, mesmo que apoiada pelo governo,
dependeria do aval do Congresso.
Ainda não há conversas entre setor bancário e
governo sobre eventual mudança no marco regulatório. O que circula no setor é
que há dois possíveis modelos para substituir o atual: ou o trabalhador
elegeria o banco em que deseja ter uma conta do FGTS, ou a empresa em que ele
trabalha lhe daria duas a três opções, como é feito hoje com as contas-salário.
Os recursos continuariam a ser usados para as finalidades previstas em lei, mas
seria dada aos bancos alguma liberdade para aplicar parte do dinheiro, como em
títulos privados.
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