Agora é oficial: o trema se foi, o alfabeto
aumentou, o hífen deixou de ser usado em muitas palavras e o uso dos acentos
não é mais tão intuitivo como antes. A partir desta sexta-feira, as regras do
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde 2009, passam a ser
obrigatórias em todo o país. Ou seja, não dá mais para postergar a memorização
das mudanças, cujos objetivos principais são facilitar a comunicação entre os
oito países que assinaram o novo acordo e divulgar o idioma e a língua
portuguesa pelo mundo.
A seguir, acompanhe uma lista das principais mudanças no Português
com o novo acordo - que, segundo o Ministério da Educação, correspondem a 0,8%
dos vocábulos do idioma no Brasil.
1. K, W e Y
Por incrível que pareça, essas três letras ainda
não faziam parte do nosso vocabulário - mesmo integrando muitas palavras, nomes
e abreviações usados por brasileiros. Dessa forma, o nosso alfabeto aumentou de
23 letras para 26.
2. Trema
Os dois pontinhos usados sobre a vogal “u” foram
para o espaço. Alguns vão sentir falta - afinal, dava um certo charme às
palavras, não é mesmo? Dessa forma, agüentar, cinquënta e lingüiça, dentre
outras palavras, tornam-se aguentar, cinquenta e linguiça. Já pode aposentar a
parte superior da tecla 6 do teclado.
3. Para, pelo, pera
De acordo com a nova regra, a maioria dos acentos
diferenciais - que discriminam palavras de mesma grafia - deixam de existir.
“Para”, por exemplo, agora é escrita sempre sem acento, seja verbo ou
preposição. O mesmo ocorre com pelo e pera.
No entanto, há exceções: as palavras “pôr” e “por”,
e “pode” e “pôde”, mantêm os acentos.
4. Enjoo, voo, leem
Palavras que terminavam com “êem” e “ôo” perderam o
acento circunflexo, como é o caso dos verbos leem, creem, veem e abençoo, e dos
substantivos voo e enjoo.
5. Assembleia, geleia, ideia
O acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos -
encontro de duas vogais abertas, não nasais, na mesma sílaba - “ei” e “oi”.
Bóia virou boia, colméia virou colmeia, idéia virou ideia, e assim por diante.
6. Autoajuda, ultrassom, dona de casa
O hífen deixa de ser usado em algumas situações. A
primeira, quando a segunda parte da palavra começar com “s” ou “r”, como
antessala, antirreligioso e antirroubo - com exceção das palavras cujo prefixo
termina em “r”, como super-resistente.
A regra também é aplicada quando a primeira parte
da palavra termina com vogal e a segunda, começa com vogal, como é o caso de
autoanálise, autoescola e autoimune.
Além disso, palavras compostas por elementos de
conexão também perdem o hífen, com pé de cabra, dona de casa, dia a dia e mão
de obra.
O mesmo vale para aquelas formadas por advérbio
“não”, como não agressão e não fumante, e palavras derivadas com o prefixo
“co”, como coirmão, cofundador e coprodução.
Parabéns pela bela matéria!
ResponderExcluirObrigado, amigo Jorge Costa!
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