Quem fez essa pergunta, e a respondeu em seguida, não foi
nenhum dirigente do PT nem algum jurista renomado. Foi o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso na palestra que fez neste domingo, no Fórum de Comandatuba, na
Bahia, em que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi o principal
assunto discutido entre os participantes do encontro, que reuniu empresários e
políticos.
Voz isolada de bom senso neste golpe sem quartel que está em
andamento, agora com o apoio do PSDB e de seu presidente, Aécio Neves, FHC foi
enfático na defesa da legalidade:
"Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva
ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a
polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso,
não faz sentido. Você não pode fazê-lo fora das regras da democracia. Qualquer
outra coisa é precipitação".
Podemos ou não concordar com o ex-presidente, mas é fato
incontestável que ele tem tido a coragem de se manifestar quase diariamente,
mesmo quando em desacordo com seus seguidores, enquanto outros lideres
políticos nacionais se omitem no debate institucional neste momento grave
vivido pela nossa jovem democracia.
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