Desde
o
início
da
cristandade
a
magia
branca
era
reputada
como
benéfica,
enquanto
que
a
magia
negra
era
considerada
maléfica,
mas
as
duas
eram
condenadas
igualmente
pela
Igreja
Católica
Apostólica
Romana,
como
até
os
dias
atuais
as
são.
Os
políticos
brasileiros
por
meio
de
“despachos”
(formais
ou
informais)
são
verdadeiros
clarividentes,
que,
com
um
arco-íris
de
magias
branca,
negra,
vermelha,
azul,
amarela,
etc.
articulam
seus
conchavos,
costuras
e
acordos
políticos
com
tão
grande
margem
de
acerto
e
precisão
admirável.
O
atual
presidente
da
Assembléia
Legislativa
do
Ceará
– deputado
estadual
Zezinho
Albuquerque
(sexto
mandato),
era
o
político
mais
indicado
para
assumir
a
presidência
da
AL
em
2011,
sendo
substituído
de
última
hora
pelo
recém
eleito
deputado
Roberto
Claudio,
atual
prefeito
de
Fortaleza
– apadrinhado
pelo
governador
Cid
Gomes
(PROS).
Naquele
exato
momento,
o
ilustre
massapeense
Zezim
Albuquerque
como
carinhosamente
assim
o
é
conhecido,
era
a
carta
da
manga
que
Cid
tinha
– a
bola
da
vez,
ou
melhor,
a
Pedra
90
do
PROS.
Em
outras
palavras,
o
político
massapeense
que
tem
credencial
e
que
não
gosta
de
bajulação
de
gente
de
saco
e
corda,
foi
poupado
para
ser
o
futuro
candidato
ao
governo
do
Ceará
nas
eleições
de
2014.
Não
a
toa,
que
neste
interregno,
o
governador
o
levava
a
tiracolo,
por
ocasião
das
inaugurações
de
obras
no
interior
cearense.
Final
do
mês
abril
comentou-se
nos
bastidores
políticos
que
a
presidente
Dilma
(PT)
propôs
ao
governador
Cid,
o
senador
Eunicio
Oliveira
(PMDB)
como
cabeça
de
chapa
para
concorrer
às
eleições
2014
no
Ceará;
que,
em
contrapartida,
cederia
a
vaga
de
vice-governador
e
apoiaria
a
de
senador.
Somos
sabedores
que
Eunício
e
Zezinho
são
dois
bicudos
e,
como
tal,
não
se
beijam,
cuja
rivalidade
política
beira
ao
extremo
da
natureza
humana,
inclusive,
desvirtuando
o
relacionamento
interpessoal
entre
ambos.
O
governador
cearense
num
gesto
bravo
e
heróico,
não
aceitou
o
suposto
acordo
e
manteve
de
pé,
o
seu
candidato
natural
outrora
indicado,
mesmo
com
baixo
índice
de
aceitação,
segundo
pesquisas.
A
mídia
local
cogitou
alternativas
situacionistas,
tais
como,
Izolda
Cela
(ex-secretária
estadual
de
Educação
e
primeira
dama
de
Sobral)
e
Leônidas
Cristino
(ex-ministro
dos
Portos),
ambos,
também
de
extrema
confiança
do
governador
Cid.
Profetizar
é
predizer
o
futuro.
Longe
das
confirmações
nostradâmicas,
apostei
com
alguns
amigos,
desde
o
dia
que
Zezinho
Albuquerque
foi
substituído
por
Roberto
Claudio
para
concorrer
â
presidência
da
AL
em
2011,
que,
naquele
momento,
Cid
Gomes
estaria
lançando
(indiretamente),
seu
pupilo
massapeense,
para
disputar
as
eleições
ao
governo
do
Ceará
em
2014.
Em
2012
Cid
indicou
e
elegeu
Roberto
Claudio
para
prefeito
da
capital
alencarina,
que
no
início
da
campanha
eleitoral
obtinha
irrisórios
2%
de
intenções
de
votos;
depois
indicou
Zezinho
Albuquerque
à
presidência
da
AL
(eleito
pelos
seus
pares
por
unanimidade),
para
que
este,
uma
vez
em
evidência,
ganhasse
projeção
e
maior
notoriedade.
Dito
e
feito.
Se
ele
(Zezim
Albuquerque)
será
eleito
ou
não,
isto
será
outra
questão,
pois
só
as
urnas
eleitorais
dirão.
Como
um
destemido
Napoleão
Bonaparte,
que
jamais
recuava
sua
valente
tropa
em
combate
lá
no
período
medieval-renascentista,
aqui,
no
mundo
contemporâneo,
Cid
Gomes
(de
formação
político-maquiavélica)
poderá
até
entregar
o
Governo
do
Estado
ao
seu
opositor,
qualquer
que
seja
ele;
não
de
mão
beijada
(acovardada),
mas
dignamente,
evidentemente
que,
depois
de
esgotadas
todas
suas
forças
políticas,
custe
o
que
custar.
E,
na
certeza
que
vossa
excelência,
o
governador,
não
borraria
a
cueca
e
cumpriria
a
vontade
pessoal
de
tratar
na
engorda
seu
leitão
(crescido),
cevado
em
chiqueiro,
que
orgulhosamente
também
é
todo
nosso,
foi
então
que
esse
encorajado
episódio
político
cearense,
me
fez
lembrar
os
poderes
de
predição
do
francês
Michael
Nostradamus
(*
14.12.1503
+
02.07.1566),
daí
justificadamente
o
título
dessa
crônica;
ocasião
que
o
profeta
provençal
foi
convidado
por
um
senhor
da
cidade
de
Florinville
para
visitá-lo
em
seu
castelo.
Esse
homem
rico
e
cético
estava
muito
impressionado
sobre
o
que
se
dizia
dos
poderes
sobrenaturais
do
seu
hóspede.
Tendo
em
mente
pô-lo
à
prova,
o
anfitrião
mostrou-lhe
dois
leitões,
um
branco
e
outro
preto,
e
perguntou
a
Nostradamus
qual
dos
dois
seria
servido
a
eles
no
jantar.
Categoricamente
Nostradamus
respondeu
que
comeriam
o
leitão
preto
e
que
um
lobo
comeria
o
leitão
branco.
O
senhor
de
Florinville
ordenou
ao
seu
cozinheiro
que
matasse
o
leitão
branco
para
servir
à
refeição,
contrariando
a
afirmativa
de
Nostradamus.
O
cozinheiro
fez
o
que
seu
senhor
tinha
mandado.
Morto
o
leitão
branco,
colocou-o
no
espeto
para
assar.
Saiu
para
cuidar
de
outra
coisa
e
então
surgiu
um
lobo
e
abocanhando
o
leitão
branco,
fugiu
com
este
para
o
meio
da
floresta.
Imediatamente,
o
cozinheiro,
que
ignorava
o
que
se
passara
entre
o
seu
patrão
e
o
ilustre
visitante,
pegou
o
leitão
preto
e
o
matou
para
servi-lo
ao
jantar,
tomando
cuidado
para
que
esse
também
não
fosse
roubado
pelos
lobos.
À
mesa,
diante
do
leitão
assado
e
da
informação
do
dono
da
casa
de
que
iam
comer
o
leitão
branco,
Nostradamus
retrucou
garantindo
que
não:
-
“o
leitão
que
estava
na
mesa
era
o
preto;
o
branco,
um
lobo
comeu”,
afirmou
convicto.
Chamado,
o
cozinheiro
contou
o
que
havia
acontecido
com
o
leitão
branco,
deixando
maravilhado
o
senhor
de
Florinville,
que
se
encarregou
pessoalmente
de
espalhar
o
caso,
que
acabou
por
se
tornar
conhecido
em
toda
a
França,
proporcionando
mais
fama
e
credibilidade
ao
maior
profeta
de
todos
os
tempos.
É
por
isso
que
eu
reafirmo
que
os
políticos
brasileiros,
são,
por
excelência,
dotados
de
clarividências.
Enquanto
eu,
na
qualidade
de
um
modesto
analista
político,
há
um
bom
tempo
assava
o
leitão
preto
em
fogo
brando,
para
servi-lo
no
momento
oportuno.
Do
livro:
Crônicas
Alegres
&
Algo
Mais
– autor:
Ferreirinha
de
Massapê.
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