6 de março de 2014

7º ARTIGO: “FIDÚCIA MÁXIMA É O CRITÉRIO DE ESCOLHA DO CANDIDATO A GOVERNADOR DOS FERREIRAS GOMES”



Dizia o político mineiro Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.” No último dia 28 de fevereiro, veicularam-se notícias, com maior vigor, na imprensa cearense sobre uma possível candidatura do Governador Cid Gomes ao Senado Federal nas eleições vindouras sob o pretexto de que a chapa governista sairia fortalecida (Cid seria uma espécie de puxador de votos), aumentando as chances de conservação do atual projeto de poder político. Nessa hipótese, Domingos Filho, o Vice-Governador,  assumiria o Governo do Ceará com a perspectiva de reeleição e  o  PT ficaria com vaga de Vice e a primeira suplência de Senador. De plano, tranqüilizo os massapeenses entristecidos de que essa composição não deve prosperar, por duas simples considerações: primeira, o PT de Guimarães quer a vaga senatorial; segunda, fidúcia máxima é o critério de escolha do candidato a Governador dos Ferreiras Gomes.

O próprio Cid nega quaisquer pretensões ao cargo político em apreço. Nessa mesma linha, o deputado federal José Guimarães, Vice-Presidente nacional do PT e nome preferencial do partido para concorrer ao Senado, refuta tal arranjo. “É especulação. É a TPE: Tensão Pré-Eleitoral”. Com efeito, Cid sabe que se optar pela disputa ao Senado, a chapa governista pode sofrer até mesmo um revés, posto que o PT de Guimarães juntamente com o PT de Luizianne Lins poderão compor com Eunício Oliveira. Observe-se, além do mais, que já existe a possibilidade de Eunício receber o apoio dos outros dois senadores do Ceará: José Pimentel e Inácio Arruda. Aqui se refuta um acordo formal de Eunício e Tasso Jereissati, por razões óbvias: Tasso é desafeto de Lula. As pesquisas de opinião indicam ser Lula detentor do maior potencial de transferência de votos no Estado.

No outro ponto da discussão (a fidúcia), Domingos Filho é egresso do PMDB e mantém, até hoje, relação estreita com quadros do partido, principalmente, com o Senador Eunício, seu virtual adversário. Basta lembrar que o Vice-Governador saiu sozinho do PMDB, deixando nesse Partido a esposa, Patrícia Aguiar, prefeita do Município de Tauá, e um irmão, Vereador nesse mesmo Município. Havia a expectativa de que ele saísse acompanhado de alguns liderados, mas optou por não levar ninguém. Aqui não se há de tratar  que Domingos tem bagagem política e é de fácil penetração em todas as instâncias partidárias, mas que possui fidúcia mínima na relação com os Ferreiras Gomes.

Nessa esteira, aduz-se que o critério preponderante de escolha do candidato do PROS ao Executivo é a fidúcia plena do clã. Assim se há de reduzir a dois os governamentáveis do grupo Cidista: o Deputado José Albuquerque, aliado desde o início da década de 90, inclusive ajudando Ciro a fortalecer o PPS, quando o mesmo deixou o PSDB em 1996; e Leônidas Cristino, amigo do Ex-Ministro da Fazenda desde a juventude - como não havia cursinho pré-vestibular em Sobral, Leônidas foi para Fortaleza onde dividiu um apartamento com Ciro e outros colegas durante o curso de engenharia e, posteriormente, com o próprio Cid Gomes. 
 
Se tudo é uma questão de fidúcia máxima, o candidato a Governador do Ceará pelo PROS deverá mesmo sair da Vila Serra Verde ou da Palma. A primeira banhada pelo Rio Contendas; a segunda, pelo Rio Coreaú. A FUNCEME anuncia um ano com chuvas abaixo da média no Estado, mesmo assim muitas águas (nem que sejam da política) ainda rolarão sob a ponte. As nuvens, literalmente, estão em constante mutação. Imagine-se que elas nesta quinta-feira absorverão o resultado da pesquisa de intenção de votos CNT/Vox Populi para as eleições majoritárias cearenses.
 João Tomaz Neto
Advogado e Professor

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