Conforme nosso blog constatou em
informação através do Congresso em Foco, o deputado Henrique Fontana (PT-RS)
está sendo alvo de críticas das bancadas do PT, PCdoB, PSB e PDT, a
minirreforma eleitoral que pode ser votada pela Câmara nesta semana com uma
mudança que promete aumentar a tensão entre os deputados. Relator de uma
proposta de reforma política pronta para votação desde 2011 e nunca analisada
na Casa, ele quer reduzir pela metade os gastos de campanha nas eleições
proporcionais e majoritárias.
As campanhas eleitorais estão
cada vez mais caras no Brasil, subindo a preços muito acima da inflação ou do
crescimento da economia. Em 2002, foram R$ 827,6 milhões gastos oficialmente
por partidos e candidatos a presidente, governadores, senadores, deputados
federais e estaduais. Oito anos depois, em 2010, a cifra chegou a R$ 4,89
bilhões, aumento de 591%.
Anunciada pelos senadores como
uma proposta para diminuir os gastos de campanha, a matéria prevê a limitação
de contratação de cabos eleitorais, proíbe pichações em muros e disciplina o
uso de adesivos em automóveis. E ainda sofre críticas por permitir a doação
eleitoral por donos de empresas concessionárias ou permissionárias de serviços
públicos atualmente proibida por lei.
No entanto, não estabelece um
valor como teto para os candidatos durante a corrida eleitoral. Para tentar
baratear as milionárias campanhas eleitorais, o deputado gaúcho disse que vai
apresentar emendas para limitar gastos e doações a políticos ao projeto.
A primeira
proíbe empresas de contribuírem e fixa em R$ 700 a contribuição máxima das
pessoas físicas. A segunda impõe limites aos gastos de campanha baseados em
índices de custo do voto por eleitor, considerando-se o tamanho do eleitorado e
no tipo da disputa. Tabela produzida pelo gabinete do parlamentar com
simulações dos efeitos da emenda demonstra uma redução média de 48% nos custos,
considerando-se a média dos gastos nas últimas eleições por parte dos candidatos
mais votados ou eleitos para governador, senador, deputado estadual ou federal.
“É muito
razoável. Os candidatos têm que ter igualdade de condições”, avalia o deputado.
Fontana pretende levar a proposta adiante até maio do ano que vem, considerado
prazo máximo para a eventual regra valer nas próximas eleições. “Esta emenda
verdadeiramente mostra quem quer limitar gastos”, desafiou o deputado, em
conversa com o Congresso em Foco.
Gastos milionários
Nas últimas eleições, os dois
candidatos a governador mais votados em cada estado tiveram gastos de R$ 12,2
milhões em média. Caso a emenda de Fontana estivesse em vigor, haveria um teto
máximo de despesas para R$ 5,9 milhões em média para cada governador, uma
redução de 52%. Em São Paulo, o maior estado do país, o limite seria de R$ 17
milhões. Em Roraima, R$ 1,3 milhão.
Os deputados teriam seus custos
limitados de R$ 996 mil – despesa nas últimas eleições – para R$ 462 mil, uma
redução de 54%. No caso dos senadores, de R$ 3,7 milhões para R$ 2,3 milhões.
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