A
política nordestina e especificamente a cearense, não são
diferentes da massapeense, no que diz respeito à oligarquia, que é,
senão, um governo de poucas pessoas, pertencente ao mesmo partido,
classe ou família, senão vejamos a alternância dos Albuquerque e
dos Pontes no poder executivo municipal: José Amâncio de
Albuquerque (1900/1902), coronel João Pontes (1920/1924 e
1927/1928), José Raimundo Pontes (1925/1926), Amadeu Albuquerque
(1945/1946), Miguel Pontes (1947), Aurimar Pontes (1955/1959),
Francisco das Chagas Albuquerque (1959/1963), Maria Luiza Pontes
(1963/1964), João Jacques Carneiro Albuquerque (1989/1992), João
Pontes Mota (2005/2008 e 2009/2012) e atualmente Antonio José
Albuquerque (2013/2016), que é tataraneto do segundo intendente
(prefeito) de Massapê, José Amâncio de Albuquerque, sem mencionar
outros 29 prefeitos de famílias próximas, mas apoiados por ambas
oligarquias ao longo da história política de nossa cidade. A
elevação do povoado à categoria de vila provém da lei nº 398, de
25 de setembro de 1897, com o nome de Vila de Serra Verde, tendo sido
instalada em 5 de fevereiro de 1898 com elevação à categoria de
município, ou seja, se emancipando politicamente, tendo como 1º
intendente João Adeodato Ferreira (1898/1899). Intendente foi uma
designação que até o início do século XX se deu aos chefes do
poder executivo municipal, atualmente, prefeitos. Isto posto, faço
referência ao recente pleito eleitoral que culminou com o desespero
do último e definitivo adeus, bem como, o baixo nível do teor nos
discursos em praça pública, inclusive, com expressões de baixo
calão. E depois de reconhecer publicamente a histórica e amarga
derrota, o “Para Sempre Eternamente” teve a insensatez de dizer
de viva voz, que o próximo gestor encontrará a prefeitura
economicamente saneada. Na verdade, o político se referia à herança
maldita que seu pupilo deixou, com um rombo financeiro sem
precedentes na nossa história, até o momento algo em torno de 1,5
milhão de Reais. Então sugiro ao mais jovem prefeito de Massapê,
que não se deixe alimentar pela vingança, pelo rancor e pela mágoa,
muito menos almejar a Justiça por esses meios, pois, Justiça,
contempla um universo bem mais amplo. A vingança envenena a alma.
Pratique o amor, o perdão e a intolerância, porque a melhor Justiça
é a de Deus, que às vezes tarda (16 anos), mas nunca falha.
Reportemo-nos ao dia 13 de dezembro de 2012, para relembrar o
centenário de nascimento do cantor e instrumentista pernambucano,
Luiz Gonzaga, falecido dia 02 de agosto de 1989, aos 77 anos,
consagrado nacionalmente “O Rei do Baião”, que em um dos seus
inúmeros clássicos, intitulou uma linda melodia, cujo título vai
de encontro aos anseios do povo, que, dos quatro cantos da cidade,
estufa o peito e em alto e bom tom de voz invoca e conclama: “Luiz
respeita Januário”.
Ferreirinha
é historiador e escritor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário