Dia
13 de dezembro de 2012 (quinta-feira), a nação forrozeira
brasileira comemora o centenário do nascimento de Luiz Gonzaga – O
Rei do Baião, falecido dia 02 de agosto de 1989, aos 77 anos.
Indiscutivelmente, a nossa Música Popular Brasileira ficou órfã.
E, se não bastasse a orfandade, inclinou-se mais pobre ainda com
essa variação moderna do forró, imposta pela mídia a partir da
década noventa – o forró eletrônico, com letras na maioria das
vezes, fazendo apologia ao sexo banalizado, ao uso de substâncias
entorpecentes e alucinógenas, com total afronta e desrespeito à
mulher, ferindo a moral e os bons costumes da família, que é a base
de qualquer sociedade. Só para ilustrar: “Chupa
que é de uva...”, “senta que é de menta...”, “relaxa que é
de borracha...” e
“não vou não, não quero não, minha mulher não deixa não...”,
nunca fizeram parte do repertório de outrora, que sempre foi
recheado de baião, xaxado, xote e do tradicional forró pé-de-serra,
que retrata a vida simples do nosso povo. Recente
homenagem ao ídolo nordestino foi feita no carnaval de 2012, pela
escola de samba Unidos da Tijuca, que desfilou e encantou o público
presente na Marquez de Sapucaí, no Rio de Janeiro, bem como, os
telespectadores de todo o Brasil. Em Massapê, nos restou a
saudade... Somente a saudade, com a triste lembrança daquela que foi
um dia, uma bela escultura, simbolizando a imagem do músico Luiz
Gonzaga, localizada na Praça Coronel João Arruda (Parque das
Crianças), agregada à uma Castanholeira, que não resistiu às
intempéries, destruída pelos cupins, consequência da falta de
conservação (fotos abaixo). O que foi um dia uma obra de arte,
idealizada em 1983 pelo então prefeito Nilson Frota, e esculpida
pelo artista plástico de renome nacional, o massapeense Francisco
das Chagas Oliveira – Chico da Santa, 82 anos, ficou só na
memória. Seu autor, de luto vitalício, em triste sina balde chora,
ao acompanhar uma das suas obras de artes em processo paulatino de
decomposição, fruto, exclusivamente, da irresponsabilidade dos
gestores municipais que se sucederam. Que ironia: No ano em que se
comemora o centenário do nascimento de Luiz Gonzaga, sua escultura
padece. Foi este, o legado cultural e a homenagem feita ao Rei do
Baião, pelo atual prefeito João Pontes, que felizmente se despede
sem deixar saudades. Como é difícil, eu diria quase impossível,
promover cultura nesse país chamado Brasil, em sentido figurativo,
aqui representado pelo corpo humano: Brasília, o coração; São
Paulo e Rio de Janeiro os pulmões; a região nordeste, os membros
inferiores; o Ceará, as nádegas e Massapê o ânus. Quiçá, com “A
Força do Novo Tempo”, não voltemos aos idos da “Idade da
Pedra”.
Ferreirinha,
é historiador e escritor.
Foto
de 1983: Chico da Santa e Ferreirinha.
Flagrante
da concepção da escultura de Luiz Gonzaga
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Foto
de 2010: Escultura de Luiz Gonzaga
em
estado de decomposição
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Foto
de 20/10/2012: A escultura desapareceu,
restando
morta, a Castanholeira oca
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Raimundo
Machado, Luiz Gonzaga, prefeito Chico Lopes, Edmilson Marques e
Francisco Machado
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Gabriel
(irmão do prefeito Chico Lopes), Luiz Gonzaga e Chico Lopes
Ferreirinha,
13 de dezembro de 2012.
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