14 de setembro de 2012

VIA E-MAIL, AO BLOG MASSAPÊ INDO E VOLTANDO: "VOTO É SECRETO"


Nas eleições municipais de 1982, encabeçavam a chapa pelo então PDS – Partido Democrata Social, Francisco Lopes de Aguiar Neto, popularmente conhecido por “coronel” Chico Lopes e Jacques Albuquerque, candidatos respectivamente a prefeito e vice-prefeito de Massapê, com o seguinte slogan: “FLA 82 - Diz o que faz, porque faz o que diz”. Coronel, como assim gostava de ser chamado, adquiriu a patente, outorgada pela vã filosofia popular. Seu opositor foi Nilson Frota, que ganhou a eleição. Jaime Lira, de saudosa memória (*22/12/1922 +01/07/2009), conhecido por “Parea”, na véspera da eleição procurou Chico Lopes, cognominado “O Pai da Pobreza”, para pedir-lhe um dinheirinho em troca de alguns votos. No dia da eleição, lá estava o nosso cabo eleitoral fazendo boca-de-urna e, ainda por cima, completamente alcoolizado, desrespeitando a Lei Seca. Ligeirinho se via à sua volta, uma invejável seleção de pés-de-cana: Neguim da Raimunda Matia, Pirí, Xicharrão, Zé Maria, Tim, Bacabal, Oscar, Tista, Zé Maria Bolada, Macho, Olho de Touro e Renga, (todos de saudosa etílica memória) e mais alguns no banco de reservas (Bebeu, Bitim, Papute, Virolho, Coló e Paulo Jorge, ainda vivos). Jaime entregava aos eleitores de baixa escolaridade, uma espécie de cola, contendo apenas e tão somente o nome do candidato na cédula de votação e não o número, para que não soubessem em quem estariam votando. Naquela época ainda não existia a urna eletrônica. E assim, todos iam à cabine de votação, um por um, em troca de uns bons goles de cachaça serrana do Miguel Bernardino ou do Expedito Galinha D’agua e, evidentemente, de uns trocadinhos também. É chegada a vez de votar, o Renga, que ao retornar da sua seção, foi abordado pelo Jaime:

- Já votou, Renga?

- Agora mesmo, Jaime. Mas, por mal lhe pergunte, pra quem foi mesmo que eu votei?

- Não posso lhe dizer não, “Parea”! - respondeu Jaime Lira. E o Renga indignado, retrucou:

- Mas por quê, Jaime?

A resposta veio na bucha:

- Porque o voto é secreto!

Do livro: As Anedotas do Jaime Lira – “O Parea” – autor: Ferreirinha.

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