Registrada nos anais
da vã filosofia popular, uma estória de Domínio Público, que diz: “Em pleno combate, a tropa, com baixas
substanciais, recua, e um soldado tenta avançar, quando é proibido pelo seu
comandante. O jovem militar, insiste em ir adiante, sob o pretexto de que iria
tentar salvar a vida do seu melhor amigo – um soldado baleado que ficou em
alguma trincheira. Seu superior insiste em proibir a aventura do soldado, tendo
em vista, que ele correria o risco de perder sua própria vida, e que o seu
amigo, àquela altura, provavelmente já estaria abatido. O soldado deu meia
volta e conseguiu se afastar, indo ao encontro do amigo, que para sua surpresa,
ainda estava vivo, entretanto em agonia. Pôs o fiel companheiro nos ombros e
retornou à sua tropa, quando foi abordado pelo seu comandante, que irritado
disse:
- De que adiantou arriscar sua própria vida, soldado. O
seu amigo está morto.
- Sim, ele está morto. Mas quando eu o encontrei ele disse-me:
Eu sabia que você viria me salvar”.
A moral da linda e
triste estória, retrata um caso real. No início de setembro de 2012, tomei
conhecimento do delicado estado de saúde do amigo Zé Gerardo, que residia no
Alto da Cadeia. Fiz-lhe uma visita e, ciente que ele era um Cabeça-de-Fita de
carteirinha, perguntei se o Jacques Albuquerque sabia da sua situação. Ele
disse-me que mandou um recado ao líder político, mas até agora nada da sua
presença, pois que, naquele momento, precisava muito de uma ajuda financeira
para custear alimentos, remédios caríssimos, transporte, etc. No mesmo dia,
procurei Jacques Albuquerque e falei da situação do amigo, no que ele disse-me
que nada sabia e pediu para que eu pessoalmente lhe transmitisse o recado, de
que no máximo em uma hora, iria fazer uma visita ao velho companheiro. Quarenta
minutos após, (a quantidade de minutos é mera coincidência), o comandante
Jacques Albuquerque estava ao lado do seu fiel soldado Zé Gerardo, literalmente
abatido, dando-lhe palavras de conforto espiritual, bem como, ajuda material no
que fosse preciso. Uma semana após, Jacques Albuquerque retornou à casa do seu
companheiro de todas as lutas, para uma breve visita e entrega de medicamentos,
e uma semana depois, o paciente faleceu. Faleceu, com a consciência daquele
soldado em apuros, que na hora em que mais precisava do amigo, ele apareceu
para tentar salvar sua vida.
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