A crise econômica que atinge o mundo vai afetar mais os homens do que as mulheres, na medida em que a insegurança no emprego se torna uma ameaça, prejudicando a saúde mental. Um recente estudo da Universidade Cambridge mostrou que, apesar de mais mulheres que homens estarem perdendo seus trabalhos na Grã-Bretanha, devido ao arrocho do crédito e à queda no consumo, os homens que acham que podem ser despedidos tendem a ficar mais stressados e deprimidos que as mulheres na mesma situação.
Segundo Brendan Burchell, do Departamento de Sociologia da Universidade de Cambridge, apesar de várias décadas de oportunidades iguais de trabalho para homens e mulheres, os homens ainda conservam a ideia tradicional de que uma ameaça a seu emprego representa uma ameaça ainda maior à sua masculinidade.
O estudo de Cambridge citou pesquisa Populus divulgada neste ano que mostrou que as mulheres dizem ser mais preocupadas que os homens com a possibilidade de perder o empregos. Mas a pesquisa de Burchell constatou que, embora os homens possam ostentar uma fachada mais corajosa, a insegurança no trabalho provoca mais sintomas de ansiedade e depressão entre eles que entre as mulheres.
Analisando dados de 300 funcionários britânicos, além de pesquisa com milhares de pessoas feita pelo Conselho de Pesquisas Econômicas e Sociais, mapeando os efeitos das transformações econômicas e sociais desde 1991, o estudo constatou que, quando homens desempregados passam a trabalhar em empregos inseguros, não apresentam melhora em sua saúde psicológica.
Desempregadas - Para mulheres desempregadas, entretanto, mesmo um emprego inseguro já ajuda a restaurar sua saúde psicológica. Burchell disse ainda que o declínio de longo prazo no bem-estar mental pode ser pior para pessoas ameaçadas de perder seus empregos que para aquelas que são demitidas de fato. "Como a maioria das previsões mostra que a recessão será longa, com período de recuperação lento, muita gente - especialmente homens - podem estar ingressando num período de infelicidade prolongada e crescente."
Fonte: Revista Veja
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