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26 de dezembro de 2017

INDÍCIOS DÃO CONTA DE QUE PRESIDENTE DA CÂMARA RECEBIA "CAIXA 3", DIZ PF

26/12 - Rodrigo Maia (DEM-RJ) pode ter recebido dinheiro de empresas ordenado pela Odebrecht em suas campanhas eleitorais. É o que apontam as investigações da Polícia Federal. A prática é classificada como "caixa três" pelos investigadores.

No caso, a Cervejaria Petrópolis, fabricante da Itaipava, é a principal parceira da Odebrecht no esquema. Os fatos foram levantados nas delações dos donos e executivos da empreiteira divulgadas em abril.

A cervejaria teria doado cerca de R$ 120 milhões a diversos políticos nas eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014, conforme publicado pela Folha de São Paulo. A Odebrecht teria usado duas empresas para os pagamentos. Neste nível das investigações é realizada a busca dos beneficiários, não identificados nas delações.

Maia recebeu, segundo relatório da PF, uma doação de R$ 200 mil, pagos pela empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis. Na transação, o diretório nacional do DEM foi um intermediário, que repassou a quantia ao presidente da Câmara. Em 2014 a Cervejaria Petrópolis doou um total de R$ 6,1 milhões ao diretório nacional do DEM.

Conforme explicado pela Folha de São Paulo, naquela época não havia possibilidade de verificar a origem dos recursos que chegavam aos diretórios partidários. Entretanto a PF afirma que é possível que as quantias tenham sido originadas das empresas parceiras da Odebrecht.

O pai do presidente a Câmara, o vereador do Rio Cesar Maia (DEM), também é investigado no mesmo inquérito. Ele recebeu R$ 50 mil da Cervejaria Petrópolis, via DEM em 2014. Naquele ano, ele disputou uma vaga no Senado e perdeu.
Os dados constam em relatório da PF emitido em junho, que, porém, somente se tornou acessível no inquérito no final de novembro.

Esquema
Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis afirmou, em depoimento à PF em julho, que a Odebrecht perguntou se ele poderia fazer doações eleitorais. Faria disse que a empreiteira "não desejava figurar como a maior doadora para políticos". Como o empresário também não queria ter seu nome envolvido, acionou as distribuidoras Praiamar e a Leyroz.

Os proprietários das distribuidoras recebiam o dinheiro em forma de 'gordura' nas negociações dos preços das bebidas que eram distribuídas pela Praiamar e pela Leyroz. A Petrópolis ganhava descontos da Odebrecht na construção das fábricas.

À PF, Roberto Fontes Lopes, dono da Praiamar e da Leyroz, afirmou que quis fazer doações de boa-fé, com o objetivo de obter reconhecimento, sem detalhar pagamentos para Maia.
Em três oportunidades a PF tentou tomar depoimento de Maia por este inquérito, entretanto adiamento, remarcação e petição da defesa impediram que isso acontecesse. Segundo a Folha de São Paulo, o presidente da Câmara já foi ouvido pela PF, mas não quis comentar.

O que diz Maia
Em nota, Rodrigo Maia afirma que as doações recebidas em campanhas respeitaram a legislação e estão registradas na Justiça Eleitoral. "Maia reitera que confia na Justiça e está à disposição das autoridades, pois tem interesse que tudo seja esclarecido com a maior brevidade possível", diz a nota.

 Midiamax
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